Blumenau é a única cidade que desceu no ranking nacional de saneamento básico

Não é de hoje que a Prefeitura de Blumenau tem sido relapsa na cobrança da continuidade da implantação do sistema de esgoto da cidade, que foi concedido para a empresa BRK ainda no governo do ex-prefeito João Paulo Kleinübing.

Segundo o levantamento divulgado nessa segunda-feira, 20, pelo Instituto Trata Brasil, que faz a aferição do saneamento básico em todo o Brasil, Blumenau foi o único município catarinense que caiu na lista.

Em 2022 a cidade ocupava a 66ª posição e no levantamento divulgado hoje, Blumenau passou a ser a 68ª cidade no ranking entre as 100 maiores cidades do país no quesito tratamento de esgoto e água potável.

Para o Trata Brasil, outras cidades avançaram mais na implantação de redes de tratamento de esgoto, que acabou empurrando Blumenau para baixo.

Segundo o relatório, Blumenau tem 46% da cidade atendida com tratamento de esgoto, mas apenas 33,5% são realmente tratados em comparação com a água consumida. Com relação a água tratada, 99,5% das casas de Blumenau têm o líquido nas torneiras.

As cidades de Joinville e Florianópolis fizeram o caminho inverso e subiram no ranking do Instituto. A cidade do norte de Santa Catarina saiu da 78ª posição e hoje é a 74º nesse quesito. Já Florianópolis subiu um ponto e agora está na 59º posição entre as 100 maiores cidades do Brasil com tratamento de esgoto e água potável.

O ranking recém divulgado tem por base os indicadores do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento de 2021, publicado pelo Ministério das Cidades.

No início de março a 13ª Promotoria de Justiça de Blumenau abriu um procedimento para apurar uma denúncia de esgoto a céu aberto no bairro Nova Esperança. O Ministério Público notificou a Prefeitura para vistoriar o local e informar se as casas têm fossa e filtro e se o processo de regularização fundiária da região prevê a implantação de esgoto sanitário.

ATRASO NAS OBRAS

Blumenau hoje trata apenas 47% do esgoto do município, mas a previsão da própria administração pública era para que a cidade tivesse já 77%, o que na prática se deixou de atender 83 mil pessoas que moram aqui.

Os vereadores de Blumenau também cobraram explicações do Samae e da BRK, mas somente o presidente da autarquia esteve no legislativo municipal.

Michael Raul Schneider, presidente do Samae, esteve na Câmara de Vereadores de Blumenau no dia 2 de março, mas basicamente expôs as condições das estações de tratamento de água e falou dos investimentos que a autarquia fará nessa área nos próximos anos, deixando de lado o problema do tratamento de esgoto. 

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