Corporativismo na Câmara de Blumenau aprova o projeto de aumento das moções

Na sessão de quinta-feira, 24, 12 dos 15 vereadores de Blumenau aprovaram o Projeto de Resolução 620/2023, de autoria do presidente do legislativo Almir Vieira (PP), que aumentou de 2 para 5 moções por mês para cada vereador.

Isso dá 75 moções mensais e 900 moções por ano que os nobres colegas podem distribuir como e para quem bem entenderem. Há também outras honrarias que os vereadores blumenauenses acabam dando para pessoas ou empresas que, geralmente, são próximas a eles.

Mas vale destacar aqui que o grande problema em tudo isso não são as verdadeiras homenagens para pessoas que realmente merecem, mas sim a banalização das moções que estão sendo usadas como agrado para amigos e pessoas que podem, lá na frente, fazer a diferença nas eleições do ano que vem.

Os três vereadores que votaram contra esse aumento foram Diego Nasato (Novo), Carlos Wagner Alemão (UB) e Emmanuel Tuca dos Santos (Novo).

Um dia antes, na sessão itinerante que aconteceu no bairro Itoupava Central, foram distribuídas 27 moções de louvor para supermercado, autoelétrico, proprietários de casa de shows, serralheria, empresa de cursos, loja de tecidos, granja e loja de esquadria de alumínio.

No seu pronunciamento, Diego Nasato disse que as moções são um instrumento legítimo que faz parte do Legislativo, mas quando se estabelece o número de até 900 homenagens por ano, acaba-se banalizando esse instrumento.

“A gente está dando moção de louvor por aniversário de casamento, para patota de time de futebol, e esse mesmo instrumento é o que a gente dá para uma autoridade médica, que salvou uma vida (…) Esse não pode ser um instrumento meramente político, que vá agradar um futuro cabo eleitoral. Infelizmente, é isso que a gente tem visto na maioria dos casos”, finalizou Nasato.

A partir daí os outros vereadores trataram de colocar em prática o corporativismo e deturparam o ponto central dessa discussão, passando a atacar o vereador do Novo pela sua manifestação.

Os pronunciamentos

Eu tenho aqui que fazer justiça para o pronunciamento do vereador Rodrigo Marchetti (PSD), que, de forma centrada, deu o seu depoimento sobre as honrarias que recebeu e acredita que as moções fazem parte do dia a dia da casa legislativa.

“Eu já fui jovem também, não é o que a gente fala, mas como a gente fala, talvez foi isso… as vezes a gente tem uma opinião divergente, acredito que seja nesse sentido… fica essa modesta contribuição para o nosso debate”, finalizou Marchetti.

Já Almir Vieira, o autor da matéria e presidente da Câmara, ordenou que a funcionária Aline, responsáveis pelos cerimoniais, informe que “toda a sessão solene que tiver nesta casa vai ser falado que as moções não foram aprovadas unanimemente, nós vamos determinar isso através de MD”.

Já sobre as manifestações dos outros vereadores, me cabe lembrá-los que a Moção não é apenas um pedaço de papel manteiga impresso com um envelope, que para alguns tem um custo unitário de R$ 1,20.

Mas elas são sim o dinheiro do contribuinte de Blumenau que está sendo usado sem critério e de forma exagerada. E corrijo os desinformados dizendo que cada Moção tem um custo médio de pouco mais de R$ 8 mil.

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