Não é de hoje que surgem comentários dentro da Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade do Estado e dentro do MDB catarinense de que o deputado estadual e atual secretário da pasta, Jerry Comper, estaria desconfortável com o tratamento recebido pelo governador Jorginho Mello (PL).
A coisa pode se agravar depois que Jerry descobriu pela imprensa que o governador do Estado esteve no último dia 7 em Brasília conversando com Aloizio Mercadante (PL), presidente do BNDES, e conseguiu mais uma linha de crédito de R$ 631 milhões para o programa “Estrada Boa” para execução de obras de infraestrutura em mais de 60 trechos de rodovias de Santa Catarina.
O problema é que Jerry Comper sequer foi convidado para compor a comitiva que foi para Brasília com o governador e de quebra nem recebeu as informações sobre o que a sua Secretaria deveria fazer para receber essa verba e nem soube quais rodovias foram contempladas nesta fase do programa.
Outro ponto a ser destacado é que Jorginho Melo levou o secretário de Estado da Fazenda, Cleverson Siewert, e também o secretário-adjunto da Infraestrutura e Mobilidade, Ricardo Grando, que, em tese, é um subordinado direto de Jerry Comper.
Lá no início do seu governo, Jorginho Mello já relutou em abrir espaço para o MDB no seu colegiado. O MDB queria, pelo menos, 3 Secretarias, por conta da representatividade que tem hoje na Alesc, mas teve que se contentar apenas com a cadeira de secretário na pasta comandada por Jerry Comper, pois os demais cargos já tinham sido preenchidos pelo PL.
DESCONTENTE
A direção do MDB catarinense entende que está dando a sua contribuição para o governo de Jorginho Mello, mas sente que não está recebendo a mesma consideração por parte do governador.
Jerry já teve a oportunidade de deixar a pasta numa reunião que aconteceu em outubro na Assembleia Legislativa com a presença dos principais nome do partido, como dos deputados Carlos Chiodini e Mauro de Nadal, e também da senadora Ivete Appel da Silveira, que herdou o cargo de Jorginho Mello depois de ele vencer as eleições de 2022.
Já há uma ala dentro do MDB que defende o desembarque do governo e que quer que Jerry Comper volte para a Assembleia. Hoje o Governo do Estado tem uma maioria frágil dentro da Alesc justamente porque o MDB tem votado favorável as pautas do governador e também porque o PSD tem se mostrado flexível com o Governo do Estado.
Mas se o MDB se rebelar e entregar a Secretaria de Infraestrutura, pode levar com ele o PSD de Júlio Garcia, que foi quem articulou a vitória de Mauro de Nadal em janeiro deste ano na disputa da presidência da Mesa Diretora do parlamento estadual.
Mesmo o PL tendo a maior bancada, com 11 representantes, só conseguiu garantir, de fato, o apoio dos três deputados do PP e mais dois parlamentares do Podemos, já que a deputada Paulinha já está de malas prontas ir para o PSD.
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