Mesmo com a liminar do desembargador Roberto Basilone Leite, do Tribunal Federal do Trabalho, de não permitir que o Sindetranscol faça novas paralisações sem cumprir o que diz a lei, o sindicato parece não temer as punições e prometeu nova greve a qualquer momento a partir de terça-feira, 19.
Em nota enviada para a imprensa, a Prefeitura de Blumenau diz que o sindicato “demonstra mais uma vez seu desrespeito para com as pessoas e a cidade de Blumenau”.
O desembargador determinou que uma nova paralisação tem que ter aviso prévio de, no mínimo, 72 horas de antecedência e 70% da frota tem que circular nos horários de pico (em dias úteis entre 3h e 9h, 11h e 14h e 16h e 19h30).
Obviamente que a população de Blumenau, que já tem um transporte coletivo questionável, fica insegura e sem saber quando uma nova paralisação vai acontecer.
A Prefeitura de Blumenau, que “repudia veementemente esse tipo de comportamento irresponsável por parte do sindicato e reforça a necessidade urgente de clareza e transparência nas informações prestadas à comunidade”, aso mesmo tempo não permite que o transporte alternativo possa atual em dias de greve.
É fato que muitos motoristas e cobradores não queriam e não querem participar das greves, mas são pressionados pela direção do Sindetranscol através dos próprios colegas de trabalho que querem a paralisação.
A Prefeitura diz estar em alerta, e espera que o sindicato reveja sua postura e cumpra com as determinações legais em prol do bem-estar coletivo.
Audiência marcada
Na sexta-feira, 15, o desembargador Federal do Trabalho, Roberto Basilone Leite, determinou a realização de uma audiência de instrução e conciliação entre a Blumob e Sindetranscol, que foi agendada para a terça-feira, às 14h.
Mas não será apenas isso que vai melhorar o transporte público de Blumenau. Mesmo antes da pandemia, em 2020, o número de passageiros já vinha caindo pelo péssimo serviço prestado pela Blumob.
O contrato com a empresa foi feito lá na administração de Napoleão Bernardes, quando decidiu-se encerrar o contrato com o Consórcio Siga, que tinha as empresas Rodovel, Glória e Verde Vale, e fez-se um contrato emergencial com a Piracicabana.
Desde então, o contrato virou uma grande caixa preta, mas com o passar dos anos alguns pontos começaram a ser do conhecimento do usuário. Esse contrato vai até 2034 e o Blomob receberá mensalmente da Prefeitura de Blumenau uma quantia para suprir o déficit de passageiros
Segundo os vereadores da cidade, mais de 100 milhões anuais são colocados nos cofres da empresa e, com isso, ela nunca poderá ter prejuízo com o serviço prestado.
Sobre uma nova paralisação, a Prefeitura diz que “não hesitará em aplicar medidas punitivas, incluindo notificações e multas, à empresa responsável, caso haja descumprimento do contrato de prestação de serviços”.
A principal reivindicação do sindicato é com relação a segurança na cidade e principalmente nor terminais. A SMTT diz que está investindo em aproximadamente 800 câmeras de segurança, quatro para cada ônibus e também nos terminais para melhorar a qualidade do serviço e garantir a segurança dos passageiros.
Enfim, os salários a Blumob diz que estão em dia, mesmo assim o usuário do transporte coletivo de Blumenau, que a cada ano foge de lá, vai buscando novos meios para se locomover na cidade, enchendo cada vez mais as ruas e fazendo da mobilidade urbana um problema crônico criado por quem deveria resolvê-lo.
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