Nas eleições nacionais de 2018, o PSD de Santa Catarina colocou todo seu corpo jurídico para defender o então eleito deputado federal, Ricardo Guidi. É que naquele ano, a petista Ana Paula Lima precisava de apenas mais um voto para fazer com que o PSD perdesse a vaga por conta do número de vagas de cada partido por causa da legenda.
Ana Paula pediu a recontagem dos votos, mas os advogados do PSD agiram e impediram que tal recontagem fosse feita, garantindo que Guidi fosse para Brasília.
Essa história foi lembrada pelo deputado estadual Júlio Garcia (PSD) numa entrevista dada no sul do Estado em fevereiro deste ano.
Bem, essa necessidade de gratidão é cobrada pela cúpula do PSD para que Guidi não queira sair do partido para disputar a Prefeitura de Criciúma pelo PL de Jorginho Mello.
Guidi sempre quis ser o indicado do PSD para a disputa de 2024, mas com a filiação do prefeito Clésio Salvaro, o vereador e secretário municipal Arleu da Silveira passou a ser o preferido.
Com isso, Guidi, como forma de dar um recado para a executiva estadual, aceitou, sem consultar os caciques do PSD, ser o secretário do Meio Ambiente do Estado depois do convite de Jorginho Mello.
Desde meados de 2023 essa articulação vem acontecendo em Criciúma, mas pouca coisa mudou dentro do PSD catarinense.
A última cartada de Guidi foi conversar com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD. ele e o governador Jorginho Mello queriam uma carta dos pessedistas liberando Ricardo Guidi da perda do mandato caso ele decida ir para o PL.
Obviamente que Kassab se esquivou e disse que a escolha do candidato do PSD em Criciúma cabe a executiva estadual, ou seja, não tem carta de liberação sem a concordância do PSD de Santa Catarina.
E a saída de Guidi do PSD acabou ficando mais difícil depois que membros do PL começaram a dizer que não iam subir no palanque onde o PSD estivesse, por conta do processo eleitoral onde Jorge Seif pode perder o mandato e Raimundo Colombo pode acabar herdando a vaga.
PENSANSO EM 2026
Já há no ar um cheiro de polarização entre PSD e PL não só para 2024, mas principalmente para 2026, e a liberação de Guidi fica cada vez mais improvável.
Guidi também sabe que o PSD praticamente já definiu que Arleu será o nome escolhido para a pré-candidatura em Criciúma e terá que definir até 7 de abril se fica no PSD ou se arrisca a ida para o PL para bater de frente com o candidato do prefeito Clésio Salvaro.
De acordo com as últimas pesquisas, Arleu e Guidi estão muito próximos, e não há certeza nem de um lado e nem do outro de quem pode vencer a eleição.
Então a pergunta que está no ar em Criciúma é: vale a pena Guidi arriscar e correr o risco de perder o mandato ou fica no PSD e recebe o apoio em 2026 para a sua reeleição na Câmara Federal? Só o tempo dirá o que realmente vai ocorrer no sul do Estado.
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