O deputado estadual Lucas Neves (Podemos), que é o presidente da Comissão Antidrogas da Alesc, esteve na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, para conhecer o trabalho dos cientistas que estão desenvolvendo a vacina antidrogas.
A CalixCoca é uma vacina que tá sendo estudada para tratar o vício em cocaína e crack. Ela induz o sistema imune a produzir anticorpos que se unem à droga na corrente sanguínea, onde essa ligação transforma o entorpecente em uma molécula grande, que não passa pela barreira hematoencefálica.
O projeto, iniciado em 2015, teve resultados eficazes nos estudos pré-clínicos e agora, para seguir para a fase de testes em humanos, aguarda novas pesquisas.
“E uma dessas etapas será realizada em Santa Catarina, em parceria com o Cienp (Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos), em Florianópolis. Nessa visita, descobri que somos referência no Brasil na testagem de novos imunizantes. Santa Catarina tem tecnologia de ponta reconhecida pela Anvisa e será vital no processo de desenvolvimento da CalixCoca”, destacou o deputado.
O projeto da UFMG vem sendo financiado pelos governos federal e estadual de Minas Gerais. Iniciativas do setor privado também têm contribuído para o orçamento e continuidade da pesquisa. A vacina, no ano passado, recebeu o Prêmio Euro de Inovação em Saúde.
Os pesquisadores dizem que não existe uma previsão para que a CalixCoca esteja pronta, mas se o projeto conseguir os recursos necessários para concluir o processo, em 5 anos ela poderá ser usada no tratamento químico.
Segundo dados do Instituto Nacional sobre o Abuso de Drogas (Nida) dos Estados Unidos, estima-se que um a cada quatro usuários regularmente se tornam dependentes. E apenas um a cada quatro pode deixar o vício após cinco anos de tratamento.
As expectativas com a CalixCoca no Brasil são altas, pois somos o segundo pais do mundo que mais consume esse tipo de drogas.
“Eu vi de perto o insumo farmacêutico da vacina. Ele fica dentro de um frasco que lembra uma lâmpada. E não é por acaso. É realmente uma luz para quem vive na escuridão da dependência química”, finalizou Lucas Neves.
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