Em setembro de 2013 a então ministra da Secretaria de Relações Institucionais do governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), Ideli Salvatti, recebeu o Título de Cidadã Honorária de Joinville, numa aprovação unânime da Câmara de Vereadores.
Segundo o ex-vereador Manoel Bento (PT), autor da proposta, a honraria foi dada para Ideli porque ela tinha sido uma das responsáveis pela implantação do campus da UFSC na cidade e por ter repassado R$ 125 milhões para várias obras no município.
Mas na última terça-feira, 30, a mesma Câmara de Vereadores acabou revogando a cessão do título para a ex-senadora. A proposta de revogar o título de Cidadã Honorária partiu do vereador Cleiton Profeta (PL) e dos 18 vereadores presentes na sessão, 14 votaram favoráveis à proposta.
Cleiton diz ter se baseado “nos princípios constitucionais que regem a concessão de tal honraria na Câmara Municipal”. O pedido aconteceu depois da fala de Ideli Salvatti no evento de homenagem ao padre Júlio Lancelotti.
Lá ela disse “meu estado é Santa Catarina, mas a gente sofre muito lá contra aqueles que pregam o ódio, a violência e a discriminação. É o estado que tem o maior número de células neonazistas em funcionamento”.
A maioria dos vereadores entenderam que a ex-ministra não só denegriu a imagem do Estado de Santa Catarina, mas também da cidade de Joinville, que é de colonização alemã.
Ideli é natural de São Paulo, mas foi em Santa Catarina que construiu a sua trajetória política, onde foi eleita deputada estadual e senadora. Além do ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, ela também foi ministra da Pesca e Aquicultura, ministra-chefe da Secretaria de Direitos Humanos e integrou a equipe da Organização dos Estados Americanos (OEA), em Washington (EUA).
OUTRO PEDIDO
No mês de abril o deputado estadual Jessé Lopes (PL) protocolou na Assembleia Legislativa um pedido de revogação de “Cidadã Catarinense”, numa lei de 2003 que foi consolidade em 2015.
O pedido ocorreu por conta do mesmo discurso usado pelo vereador de Joinville para revogar a honraria naquela cidade. Jessé diz que Ideli “foi ingrata” e que “ela não deve se orgulhar do nosso Estado que, segundo ela, é o Estado mais nazista do Brasil”.
“Eu tenho certeza que eu vou colaborar com ela em revogar o título de Cidadã Catarinense. Protocolamos, espero aprovar, porque essa aqui não merece esse título em Santa Catarina”, finalizou o deputado num vídeo publicado.
Em março o mesmo Jessé Lopes protocolou na Alesc um projeto de lei que quer tornar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “Persona nom Grata” em Santa Catarina depois que ele deu uma declaração contra o povo de Israel.
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