Aumento de impostos e gasto com estatais não estão combinando

Nessa semana saiu a informação que o Governo Federal vai gastar R$ 27 bilhões com 17 estatais dependentes no ano de 2024.

As estatais dependentes são aquelas que não geram recursos e dependem exclusivamente dos impostos para se manterem ativas.

No total, o Governo Federal tem 44 empresas que são controladas diretamente pela União e essas 17 são os cancros da administração pública que geralmente servem para abrigar as indicações de parceiros, como partidos políticos e parlamentares.

Desde janeiro de 2023 o Governo Federal tenta aumentar a arrecadação não só aumentando impostos, mas retirando incentivos fiscais de vários segmentos empresariais, criando tributos para os streamings e serviços de motoristas de aplicativos.

Das 17 empresas dependentes do Governo, duas concentram 46% de toda a verba destinada para elas. A Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), que administra os hospitais federais, e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) receberão R$ 12,5 bilhões.

Entre essas 17 empresas, apenas a Indústria de Material Bélico (Imbel) deu lucro para o governo e outras 9 estatais fecharam o ano no vermelho. Destaca-se a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e Parnaíba (Codevasf), com um prejuízo anual de R$ 1,2 bilhão.

O pior dado é que o quadro de funcionários das 44 empresas estatais voltou a crescer em 2023 depois de 8 anos em queda. No fim do governo de Jair Bolsonaro (PL), em 2022, o número de pessoal era 517,1 mil. Já em fevereiro de 2024, o número aumentou para 524,0 mil.

Mesmo nas estatais dependentes, a quantidade de funcionários também cresceu. Eram 83.100 ao fim de 2022 e hoje são 86.200 funcionários.

O pódio das três que mais empregam, entre as 17 estatais dependentes, são a Ebserh, com 44.231 funcionários; o Hospital N. Sra. da Conceição, com 9.461 colaboradores; e a Embrapa, que emprega hoje 7.409 trabalhadores.

O ministro da economia, Fernando Haddad (PT), prega o equilíbrio das contas públicas, mas o aumento dos gastos com as empresas estatais parece ir na contramão do atual discurso.

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