Salários, auxílio moradia, assessores, veículos, plano de saúde e conta de celulares ilimitadas são algumas das principais regalias dos parlamentares brasileiros que ocupam o segundo Congresso Nacional mais caro do mundo.
E quem paga essa conta é a população brasileira. Pelo menos foi esse o desabafo feito pelo deputado federal catarinense Gilson Marques (Novo) no seu pronunciamento na tribuna da Câmara dos Deputados desta segunda-feira, 115.
Segundo ele “da onde vem esse recurso, da onde vem esse dinheiro? Pois eu explico cidadão! É do teu esforço, do teu trabalho todo dia, que acorda cedo, deixa de ficar com a sua família, de estudar, comprar o que você quer para mandar a metade para os políticos cuidarem e administrarem na esperança de você ter alguma coisa, na esperança de você ter o mínimo”.
Ele completa dizendo que “qual seria o mínimo? Saúde, segurança e educação. Perguntem pra vocês mesmos. Será que vale a pena? O Congresso custa 13 bilhões de reais por ano. Eu quero ver qual é o brasileiro poxa agora foi aprovado uma lei lá, valeu a pena pagar metade de tudo que eu ganho pra esses políticos tomarem a decisão por mim, puxa agora eu to orgulhoso”.
De acordo com um estudo feito em 2023 por pesquisadores das universidades de Iowa, do Sul da Califórnia (EUA), e da Universidade de Brasília, cada parlamentar, incluindo os 81 senadores e os 513 deputados federais, custam por ano aos cofres públicos R$ 23,8 milhões.
A notícia ruim de tudo isso é que o valor dito pelo deputado Gilson Marques estava errado. O total do gasto com o Congresso ultrapassa os R$ 14 bilhões anuais. O gasto com cada congressista corresponde a 528 vezes a renda média dos brasileiros.
O estudo feito pelo Instituto Millenium indica que com alguns cortes nos benefícios dados aos legisladores, como fim do auxílio moradia e redução de férias de 60 para 30 dias, já se traria uma economia de R$ 2,3 bilhões aos nossos bolsos todos os anos.
Mas além de ter um alto custo, o trabalho dos congressistas é avaliado como ótimo por apenas 18% da sociedade e 32% consideram ruim ou péssimo, segundo estudo do Datafolha.
Depois da eleição de Rodrigo Pacheco (PSD) para a presidência do Senado em 2023, ficou acordado que naquele ano os senadores teriam um aumento do valor da cota parlamentar de 6%; em 2024 mais 6% e em 2025 mais 6,13%.
O JUDICIÁRIO TAMBÉM PESA
O curso do Poder Judiciário no Brasil correspondentes a 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) e em 20233 as despesas cresceram 9% comparado com o ano de 2022.
Com quase 447 mil profissionais empregados nos tribunais, dos quais 18.265 são juízes, 90,2% dos gastos verificados pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) se dá com pessoal, ou seja, 119,7 bilhões de reais dos R$ 132,8 bilhões gastos em 2023.
No ano passado, o custo pelo serviço de Justiça foi de 653,7 reais por habitante, 67,6 reais a mais do que em 2022 (um aumento de 11,5%).
O CNJ informou também que as despesas representam uma média mensal de R$ 68,1 mil reais por magistrado; de R$ 20,1 mil por servidor; R$ de 5,1 mil por terceirizado e de R$ 1,3 mil por estagiário. No caso dos magistrados, o valor subiu 1,8% em relação a 2022.
Veja o vídeo da fala do deputado Gilson Marques (Novo):
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