Principal figura da eleição de 2020 volta a cena nas eleições de 2024

José Augusto Reinert sempre foi uma pessoa ligada a vários políticos em Blumenau. Foi assessor de vereador na Câmara de Blumenau, foi nomeado pelo ex-prefeito Napoleão Bernardes (PSDB) em 23 abril de 2015 para exercer o cargo de Diretor de Desenvolvimento Econômico e em 3 de abril de 2017 foi nomeado pelo ex-diretor-presidente do Samae de Blumenau, Alexandro Fernandes, para o cargo em comissão de Gerente de Manutenção da autarquia.

Uma portaria assinada pelo então diretor-presidente do Samae, André Espezim, de 17 de maio de 2019, efetivou Guto Reiner para ocupar cargo de provimento de Operador de Eta/Ete do quadro permanente de pessoal do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto num concurso feito por ele em 2018.

Logo em seguida ele foi nomeado para o cargo de Diretor de Operações da autarquia, onde deixou a função no dia 14 de agosto de 2020 para concorrer na eleição municipal ao cargo de vereador pelo partido Podemos de Blumenau, mesma legenda do prefeito Mário Hildebrandt que naquele ano buscou a reeleição.

Mesmo sendo um candidato novato e pouco conhecido do eleitor da cidade, ele se elegeu vereador com 2.405 votos, sendo o nono mais votado daquela eleição.

Mas não teve muito tempo para comemorar, pois um outro candidato a vereador entrou com uma ação no Tribunal Regional Eleitoral dizendo que Guto Reinert deveria ter saída do cargo de Diretor do Samae em 4 de abril e não em 14 de agosto. Ele tentou recorrer, mas a impugnação da sua candidatura foi mantida até pelo Tribunal Superior Eleitoral. Quem acabou ficando com a vaga de Guto foi o médico Marcelo Lanzarin, que tinha ficado só com a primeira suplência do Podemos.

Mas o pior aconteceu mesmo no dia 10 de dezembro de 2020, quando a 4ª Delegacia Especializada no Combate à Corrupção- Blumenau da Polícia Civil deflagrou a “Operação Soldo Inflado”, onde foram investigados supostos crimes de peculato e falsidade ideológica no pagamento de horas extras e sobreavisos para funcionários durante a pandemia do Covid-19 no Samae.

Em março de 2021 Guto Reinert foi indiciado pela justiça após as investigações constatarem que as horas extras ilegais teriam sido desviadas para bancar a campanha política do então Diretor de Operações.

Internamente, o Samae de Blumenau também abriu uma investigação para saber se José Augusto Reinert teria se utilizado do cargo para obter vantagens de forma ilícita. Num primeiro momento, esse processo ficou parado por muitos meses a espera de pareceres jurídicos.

 Guto Reinert fez a sua defesa e acabou que, no primeiro processo, ele teria ganho a causa e solicitado o seu retorno para a autarquia, já que era funcionário de carreira, mas isso nunca ocorreu.

O Samae abriu em 2023 outro processo administrativo (nº 014/2023) baseado, segundo o corpo jurídico, em novos fatos a partir de informações do inquérito da Operação Soldo Inflado. Mas no dia 30 de agosto de 2024, o atual diretor-presidente do Samae, André Espezim, acatou o parecer da Diretoria Jurídica e da Comissão de Investigação do Samae e assinou o processo administrativo que demitiu José Augusto Reinert do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto de Blumenau.

Em 16 de agosto deste ano a nova candidatura a vereador de Guto Reinert tinha sido deferida pelo Tribunal Superior Eleitoral, onde mais uma vez ele concorreria pelo Podemos, que nessa eleição municipal não faz parte da coligação do PL, atual partido do prefeito Mário Hildebrandt, que tem a vice-prefeita Maria Regina Soar (PSDB) novamente como candidata ao mesmo cargo que ocupa atualmente.

E por conta desse processo que considerou Guto culpado e o demitiu do serviço público municipal, ele teve novamente a sua candidatura impugnada porque o juiz eleitoral Clayton Cesar Wandscheer o considerou inelegível pelo período de oito anos.

Guto Reinert disse que a sua advogada já analisa a sentença e que vai recorrer da decisão. Ele também não descarta uma perseguição política, já que luta há quase quatro anos para voltar as suas funções no Samae que, segundo ele, deveria ter sido chamado já em 2023, quando ficou provado que ele não era a pessoa responsável pelos pagamentos das horas extras e sobreavisos dos funcionários da sua diretoria.

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