Célio Dias é um ex-vereador de Blumenau que presidiu a quase extinta Companhia de Urbanização de Blumenau (URB) na administração do prefeito João Paulo Kleinubing, hoje no PL.
Em 2012, no fim do mandato do prefeito, surgiu um suposto esquema de corrupção que ficou conhecido como “Operação Tapete Negro”. Vários áudios entre vereadores, diretores da Prefeitura de Blumenau e candidatos naquela eleição apareceram, onde conversaram sobre um possível esquema de desvio de dinheiro em obras de pavimentação de ruas com a subcontratação de empresas por outras que venceram licitações.
Tudo começou quando a Polícia Federal começou a investigar irregularidades na eleição de 2012, pois se suspeitava que candidatos ligados àquela administração estavam sendo favorecidos com dinheiro público retirados de obras de asfaltamento de ruas.
Os áudios foram coletados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) através de interceptações telefônicas dos envolvidos. De acordo com a justiça, as irregularidades seriam referentes a compra de material de qualidade inferior justamente para que houvesse sobra de recursos para as campanhas eleitorais.
Mas desde aquela época a justiça praticamente absolveu a maioria dos envolvidos e Célio Dias, que hoje não está mais na vida pública, mas somente ocupando cargos em comissão na administração municipal, também acabou absolvido das acusações que corriam no processo contra ele.
Eduardo Jacomel, o ex-diretor técnico da URB, Victor Silveira Dias e o empresário Israel de Souza também foram considerados inocentes e tiveram suas condenações de prisão revogadas. Essa decisão aconteceu no dia 19 de setembro último e foi dada pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Na quarta-feira, 30, ela transitou em julgado, onde o relator foi o desembargador Alexandre d’Ivanenko, que acabou tendo voto vencido pelos seus pares, pois ele entendia que os pedidos de inocência deveriam ter sido negados.
Pairava contra os acusados a suspeita de desvio de recursos públicos, que deveriam ter sido usados para a manutenção, mas que supostamente acabaram sendo desviados para a campanha política de alguns candidatos, segundo o magistrado.
As condenações dos três absolvidos tinha acontecido no ano de 2022, quando saiu a decisão da 2ª Vara Criminal de Justiça de Blumenau.
O despacho da justiça diz que “conhecer em parte dos recursos de Eduardo e Vitor, e também do acusado Célio; conhecer na totalidade os inconformismo de Israel e do Ministério Público; acolher as preliminares dos apelantes Célio e Israel para decretar extintas suas punibilidades quanto ao crime”, além de “ofício aos acusados Eduardo e Victor, igualmente, para reconhecer extintas suas punibilidades quanto ao crime licitatório, restando prejudica a análise de todos os recursos quanto ao referido delito; no mérito, por maioria, no tocante ao crime de peculato, absolver os apelantes”.
Enfim, a justiça, ao longo dos anos, entende que não ocorreram as irregularidades e vem absolvendo os acusados. Já a população nunca mais esqueceu aquele escândalo e, mesmo passados 12 anos do acontecimento, ele ainda está na memória do blumenauense.
Pera lá, existe uma grande diferença entre absolvição e extinção de punibilidade! Eles não foram inocentados, apenas beneficiados pela mora judicial em transitar em julgado uma condenação contra eles. Em outras palavras, o crime deles prescreveu, assim como o do Lula!