Passada a eleição municipal, os deputados federais em Brasília se voltam exclusivamente para a negociação da eleição da Mesa Diretora, que vai acontecer só em fevereiro de 2025, mas quando se trata das emendas parlamentares e de poder pautar as ações do Governo Federal, os nobres colegas se juntam e não perdem a oportunidade de levarem alguma vantagem.
E é por isso que o brasileiro deve ficar muito atento em tudo que acontece por lá, que mais parece um mundo muito distante da realidade dos demais. O grande problema é que a grande maioria dos partidos já fechou com o nome apoiado pelo atual presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL).
O próximo presidente irá comandar o parlamento vai comandar a Casa no biênio 2025/2026 e três nomes já surgiram para a disputa, mesmo já tendo um grande favorito. Na última terça-feira, 29, Arthur Lira anunciou o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), que vai representar o bloco PSD/MDB/Republicanos/Podemos, do qual é vice-líder. Além dos partidos do bloco, Motta tem também o apoio do PL, do PT, do PP, do PCdoB e do PV.
Somados, o candidato Hugo Motta já tem do seu lado 369 deputados federais, número suficiente para vencer a disputa já no primeiro turno, quando é exigido a maioria simples (257 deputados).
Partidos que apoiam Hugo Motta:
PSD: 45 deputados;
MDB: 44 deputados;
Republicanos: 44 deputados;
Podemos: 14 deputados;
PP: 50 deputados;
PL: 92 deputados;
PT: 68 deputados;
PCdoB: 7 deputados;
PV: 5 deputados.
OS ADVERSÁRIOS
Poucas horas depois do anúncio da candidatura do deputado Motta, dois outros deputados também foram anunciados para concorrerem a presidência da Mesa Diretora. Antônio Brito (PSD-BA) e Elmar Nascimento (UB-BA) também confirmaram as suas candidaturas.
Mas na quinta-feira, 31, Elmar Nascimento, que é o líder do União Brasil, foi convencido pela cúpula do seu partido de que seu nome se inviabilizou com todos os apoios recebido pelo deputado apoiado por Lira.
Mas antes de declarar a retirada da candidatura de Elmar, o União Brasil vai negociar cargos com o líder do Republicanos para tornar sua decisão oficial. Caso o acerto se concretize, o acordo deixará o caminho praticamente livre para sua eleição em fevereiro de 2025. Reservadamente, parlamentares ligados a Nascimento reconhecem que a decisão está tomada, mas só será anunciada na próxima semana.
Mas o candidato Antônio Brito ainda se mantém na disputa, mas já esboça um discurso de consenso na Casa. ”Vocês me conhecem, eu dialogo com a esquerda, com a direita e com o centro. O consenso não é buscado entre os desiguais, mas buscar pautas comuns a todos que a gente possa defender e colocar em votação na Casa, com previsibilidade, e isso eu vou fazer”, disse.
A eleição da nova Mesa será no início de fevereiro, em data a ser confirmada. Estarão em disputa sete cargos: presidente, 1º vice-presidente, 2º vice-presidente, 1º secretário, 2º secretário, 3º secretário e 4º secretário.

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