A eleição de 2026 vai fortalecer os grandes e vai acabar com quem já respira por aparelhos

As eleições de 2022 trouxeram muitas consequências para inúmeros partidos que foram obrigados a adquirir outras siglas ou até mesmo se fundirem por estarem inviabilizados de continuarem disputando eleições, como aconteceu com o PTB de Roberto Jefferson que se fundiu com o Patriota, formando o Partido Renovação Democrática (PRD).

Mas as eleições municipais de 2024 mostraram que a maioria dessas legendas que incorporaram ou se fundiram continuam sem qualquer expressão na política nacional e em 2026 pode sumir de vez.

As Federações Partidárias também se revelaram um fracasso na eleição deste ano. Hoje no Brasil existem três Federações Partidárias: a do PT, PV e PCdoB (Federação Brasil da Esperança); a do PSDB com o Cidadania e a Federação do Psol com o Rede Sustentabilidade.

Fracassaram porque nessas três Federações, somente um partido de cada grupo saiu ganhando e os demais acabaram diminuindo de tamanho, gerando um desequilíbrio interno e forçando o outro a ser subserviente as decisões tomadas daqui para frente.

Na Federação do PT, PV e PCdoB, somente o PT cresceu enquanto os outros dois diminuíram consideravelmente. Na do PSDB e do Cidadania, ambos perderam muitas prefeituras e na do Psol com o Rede, ambos perderam o pouco que já tinham.

Imagina-se que daqui para frente mais partidos devam se fundir por conta do aumento da temida cláusula de barreira. Em 2022, cada partido continuaria recebendo o Fundo Partidário e Eleitoral e teria direito ao tempo de TV nas eleições futuras se tivessem elegido, pelo menos, 5 deputados federais.

Já em 2026, esse número passará para 13 deputados e cada partido terá que atingir uma porcentagem mínima de votos em cada Estado, o que coloca muita legenda a beira da falência, como é o caso do Partido Novo, que hoje tem na Câmara dos Deputados apenas 4 membros.

Então, os grandes partidos do país que estão na estrada há muitos anos, devem ficar cada vez mais fortes e maiores, pois político nenhum quer ficar em legenda que não tenha capacidade de elegê-lo e de garantir um mínimo de recursos para a sua campanha.

Já os partidos mais novos e menores, vão ter cada vez mais dificuldade para eleger seus candidatos e podem ficar sem verba alguma para se manterem vivos disputando eleições.

Isso mostra que, querendo ou não, os maiores vão engolir os menores e a decisão sempre vai ficar nas mãos de quem sempre decidiu o destino da política nacional, estadual e municipal. As decisões, mesmo que municipais, estão se concentrando em Brasília e cada vez mais, os filiados dos municípios terão cada vez menos voz na escolha de candidatos ou de coligações.

Hoje os interesses são nacionais e a política partidária ruma para o mesmo caminho que aconteceu no jogo do bicho na década de 80 no Rio de Janeiro, onde os grandes bicheiros se dividiram em territórios e cada um ficou com a sua área, sem que houvesse briga, disputa e desrespeito a cúpula.

Então, as movimentações de 2024 já nos deram uma amostra do que será 2026 e vamos ter, mais uma vez, polarizações e disputas entre grupos que você já vê há anos, sem muitas novidades.

A lei, nesse momento, é manter no topo quem já está e impedir o crescimento dos que tentam chegar lá. O sistema se retroalimenta e o brasileiro vai continuar brigando em favor de quem ele acha que é o salvador da pátria, independente de que lado esteja.

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