Quem daria R$ 19 milhões a mais para uma empresa que presta um serviço ruim?

No dia 18 de abril de 2017 o então prefeito de Blumenau, Napoleão Bernardes (PSDB), assinou o contrato de concessão do transporte público de Blumenau com a empresa paulista Piracicabana para substituir o antigo Consórcio Siga, que tinha as empresas Rodovel, Glória e Verde Vale.

Desde então muitos problemas são relatados pelos usuários, como diminuição dos horários, cancelamento de linhas, aumento da passagem com menor qualidade do serviço e falta de segurança nos terminais.

Apesar disso, a atual Blumob não tem problemas de falta de recursos para manter o sistema funcionando, haja vista que o contrato prevê que a Prefeitura de Blumenau repasse valores para a empresa caso o número de usuários não cubra os custos.

Diante desse fato, a Blumob recebe anualmente da administração pública o valor de R$ 38 milhões para, segundo a própria Prefeitura, bancar os custos do sistema, garantir o equilíbrio financeiro do contrato da Blumob e repassar um reajuste menor da tarifa para o usuário. Na prática, o blumenauense paga por tudo isso sem poder reclamar, pelo menos até o fim desse contrato que vai até 2037.

Mas a atual administração municipal encaminhou para a Câmara de Vereadores um Projeto de Lei que acrescenta para 2025 mais R$ 19 milhões na transferência, totalizando o valor de R$ 57 milhões que a Blumob teria para receber no ano que vem.

Para que seja válido já para 2025, o PL precisa ser votado ainda em 2024 e a votação desse projeto deve acontecer nas próximas sessões do legislativo.

Segundo a Prefeitura de Blumenau, esses R$ 19 milhões serão retirados da Secretaria de Conservação e Manutenção Urbana, sem mudar o orçamento global do próximo ano, que deve ficar em R$ 4,16 bilhões.

O prefeito Mário Hildebrandt (PL) disse aos vereadores que essa medida “atende as necessidades operacionais e financeiras para a continuidade dos serviços de transporte público”.

O secretário Alexandro Fernandes, da Gestão Governamental, disse que os subsídios ajudam a conter aumento de despesas do sistema, como o combustível e da folha de pagamento de funcionários, evitando um impacto maior no preço final da tarifa.

Segundo o próprio secretário, o valor de R$ 57 milhões que a Prefeitura pretende repassar para a Blumob em 2025 representa aproximadamente um terço dos custos anuais de manutenção do transporte coletivo em Blumenau, que hoje está estimado em pouco mais de R$ 140 milhões.

Enfim, o que já não estava tão bom pode sim piorar e o morador de Blumenau pode ter que ver algumas áreas da cidade sem manutenção muito por conta de um sistema que hoje deixa a desejar.

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