A fórmula mais usada pelos políticos quando são obrigados a trocar alguém que não gostariam é aceitar o que o colegiado decidiu e viajar para não ter que sacramentar a decisão. É fato que tudo que foi divulgado nos últimos dias sobre o Ciasc fez o Governo do Estado sangrar e a sangria precisava ser estancada.
Então, coube ao ex-prefeito de Luzerna e agora ex-presidente do Ciasc (Centro de Informática e Automação de Santa Catarina), Moisés Diersmann, informar que está deixando o cargo para não prejudicar o amigo.
O governador já foi informado, mas a carta oficial será entregue para Jorginho no seu retorno do Chile, onde foi tratar com a Latam sobre novos destinos que sairão de Santa Catarina.
Segundo a assessoria de comunicação do Governo, o alvo é ter voo direto para Lima, no Peru, que é considerado um local estratégico para fazer negócios com investidores da América Latina e da Ásia.
Mas voltando ao caso do Ciasc, é obvio que os contratos quase sacramentados sem licitação com as empresas Integra Saúde Digital Telemedicina, do Piauí, num valor de R$ 547 milhões, e com a Prix Tech, de Luzerna, no valor de R$ 200 milhões, foi um prato cheio para que opositores usassem Diersmann para atingir em cheio o governador de Santa Catarina.
Ele sempre foi um homem de confiança do governador, tendo coordenado a equipe de transição de governo em 2022 e também ocupando o cargo de secretário de Estado da Administração.
MAIS IMPORTÂNCIA
Em maio deste ano o então presidente do Ciasc ganhou mais importância na administração de Jorginho quando sua pasta recebeu assento no Grupo Gestor de Governo, onde tinha poder de veto das decisões estratégicas do grupo.
O Ciasc acabou concentrando os projetos de tecnologia do Governo de Santa Catarina, mas era visto como ineficiente por aceitar contratos com custos acima do mercado e com processos de contratação, no mínimo, ineficientes.
Fato é que Moisés Diersmann não resistiu e foi obrigado a deixar o cargo para não servir de munição num momento importante de decisões políticas visando a reeleição de Jorginho Mello em 2026.
Todos que estão na política sabem que nesse jogo não há nenhum bobo e nada acontece por acaso e é justamente por isso que o governador se viu obrigado a recuar para não acabar marcado como Carlos Moisés (Republicanos) no caso dos Respiradores.
O ex-promotor de Justiça Odair Tramontin, que foi candidato a prefeito de Blumenau neste ano pelo partido Novo, já tinha publicado um vídeo na sua rede social falando justamente isso. Segundo ele, o caso do Ciasc “coloca no chinelo o escândalo dos respiradores do governo passado”.
Mas mesmo com a saída de Moisés Diersmann do Governo, ainda tem muita gente que quer ir mais afundo nesse vespeiro para ver se foram somente esses contratos que estavam prontos para serem assinados ou se há mais coisa a ser descoberto.
Adicionar comentário