Enquanto o ouro envaidece os palácios de metais
Mais de um sonho falece no leito dos hospitais.
Uma justiça agachada, seletiva, aparelhada
Colocando o preço em leis
Repousa quase sem vida numa balança despida
Sem voz, sem verdade e vez
O Direito é produzido nas mãos de um sistema posto
Num congresso dividido por fazedor de imposto.
As cadeiras ocupadas e as tribunas leiloadas por discursos sem verdade
A ordem sem ter progresso
E a essência do Congresso longe da sociedade
Nos pleitos sem paridade a república sofre abuso
Enquanto a sociedade não goza o mínimo do uso
Em cada instituição, marcas de corrupção
Descaso com a coisa pública
O país aparelhado
E o nosso sonho de Estado morrendo aos pés da República
São mais de quinhentos anos que a gente é quem paga a conta
Surgem partidos e planos, mas são problema a ponta
Cada partido um esquema alimentando o sistema
Escasso de homens sérios, calando investigações, dividindo comissões
E leiloando os ministérios
A reforma de postura que o Brasil tanto espera
Só começa se a cultura calar a máfia que impera
Se quem devia falar, defender, representar
É quem cala sem motivo
Com parlamento rachado não pode existir Estado
Nem força no executivo
Se nós somos o congresso, na casa alta e na baixa
Há de existir um acesso aonde a gente se encaixa
Nós somos a melhor forma
De começar a reforma com eficácia incomum
Calando toda a desculpa e assumindo a nossa culpa
Pra reformar cada um
Ter consciência que o voto não se entrega a candidato
Que passa entregando foto com um número no retrato
Votar com mais competência
E entender que a presidência tem erros de todos nós
E em cada um deputado
Dorme um eleitor calado pedindo um pouco de voz
O Brasil não é um trono
Não é mais corte real
O povo é o seu único dono legitimado por tal
Cadê nosso brado forte, calando a marca do corte que a ditadura deixou?
A crise é nossa também
Mas pouca gente é que vem assumindo onde errou
Somos a matéria prima de um Brasil restaurado
Vamos superar o clima de falência do estado!
Recuperar confiança e acender a esperança
Da bandeira cor de anil
Caminhar de um jeito novo e arrancar d’alma do povo
A voz de um novo Brasil
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