A Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Santa Catarina lançou no último dia 10 de dezembro, em Florianópolis, o Observatório Fetrancesc, que é um estudo e monitoramento de temas estratégicos para o transporte de cargas em Santa Catarina.
O primeiro ponto que foi estudado foi a repactuação do contrato de concessão da BR 101 Norte pela Autopista Litoral Sul (Arteris). O atual contrato termina em 2033, mas o Governo Federal quer fazer uma extensão até 2047.
O trecho estudado tem 205 km, entre a cidade de São José e a divisa do Estado do Paraná. Por esse trecho passa 57% do Produto Interno Bruto de Santa Catarina, mas também é um trecho dos mais críticos da rodovia.
Congestionamentos frequentes, viagens longas, custos adicionais com combustíveis e perda de produtividade são os principais problemas enfrentados pelo setor de transporte de carga que usa a BR.
O estudo técnico avaliou a rodovia durante 15 dias, das 6h às 21h, em três blocos de horários específicos. A análise mostrou dados preocupantes, pois mesmo que haja intervenções na BR 101, em 2047 o cenário pode estar igual ou até pior do que o de hoje.
Pode haver o aumento de pontos críticos e redução significativa da velocidade média, o que vai comprometer ainda mais a eficiência do tráfego. O cenário projetado pelo estudo aponta um apagão logístico caso medidas mais eficazes não sejam adotadas.
Para o presidente da Fetrancesc, Dagnor Schneider, “se já está ruim agora, imagina daqui há 15 anos. Então a Fetrancesc defende que a solução definitiva é a construção da Via Mar”.
ALGUNS NÚMEROS
O relatório mostrou também que, das 10 cidades com maior número de veículos, 7 encontram-se na área de abrangência da BR 101 Norte, com um total de 1.836.803 veículos.
Como já se sabe, os pontos com maiores problemas para o tráfego, segundo o estudo, estão nas entradas de Joinville, entre as cidades de Navegantes e Meia Praia e também em São José, na Grande Florianópolis.
A projeção é que entre 2024 e 2047, a população de Santa Catarina cresça 16,25%, maior que a taxa projetada para o Brasil no mesmo período, que deve chegar a 7,07%. Estima-se que o Estado possa atingir 7 milhões de veículos até 2030, isso sem contar os veículos que transitam pela BR 101 vindos de outros estados.
Todos esses números mostram que os motoristas podem passar 80% da viagem em filas, haverá perda de investimentos, limitação de crescimento, aumento de acidentes, redução da qualidade de vida e perda de mão de obra qualificada.
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