Jorginho Mello terá um MDB meia boca apoiando o seu governo

Não é segredo para ninguém que o governador Jorginho Mello (PL) faz movimentos políticos copiados do ex-governador Luiz Henrique da Silveira, que durante a sua gestão conseguiu juntar num só bloco a maioria dos partidos de Santa Catarina.

Luiz Henrique teve a habilidade de unir a direita com partidos de esquerda, mostrando não só o seu poder de persuasão, mas também de fazer todos entenderem que só iriam ganhar se estivessem juntos.

Desde 2023 que o atual governador só pensa na reeleição e para isso, vem buscando trazer para o seu governo legendas que ele considera de extrema importância, principalmente para evitar que o PSD lance João Rodrigues como candidato a governador.

O caso mais recente foi a conversa que teve com o MDB. Em novembro ele reuniu os seis deputados estaduais e o presidente do MDB de Santa Catarina, deputado federal Carlos Chiodini, na Casa D´Agronômica e ofereceu a presidência da Alesc e mais duas secretarias, sendo que uma delas seria para que Chiodini ser o homem forte do Governo do Estado em Brasília.

Quem mais se empolgou foi o deputado estadual Antídio Lunelli, que até tinha aceitado assumir a secretaria de Estado da Agricultura.

A coisa começou a melar quando Jorginho viu Júlio Garcia começar a angariar votos dentro da Alesc. Júlio conseguiu convencer até mesmo deputados do PL, coisa que Jorginho tinha garantido para os emedebistas que os 12 membros do seu partido votariam num nome do MDB.

Tudo piorou quando Lunelli viu que sequer poderia indicar o secretário-adjunto e nem mesmo os presidentes das empresas ligadas a Agricultura. E tudo foi por água abaixo quando inventou de dar para Carlos Chiodini a Secretaria do Meio Ambiente e Economia Verde, coisa que sequer foi estudada pelo deputado federal emedebista.

Então, o MDB só vai ficar mesmo com Jerry Comper na Secretaria de Infraestrutura e o partido prometeu apoiar o governo dentro da Alesc, mas sem nenhum compromisso com a sua reeleição.

Então o governador de Santa Catarina correu para Brasília para conversar com Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, para ver se ele o apoia na sua reeleição e, de quebra, impede a candidatura de João Rodrigues ao governo do Estado, colocando-o como candidato ao Senado em 2026.

Os interlocutores de Jorginho foram o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, e Paulinho Bornhausen. Pode-se dizer que ambos não fazem parte da cúpula do PSD em Santa Catarina e que dificilmente Kassab apoiaria Jorginho em detrimento do seu grupo aqui no Estado.

Jorginho tem agido com um certo desespero, tentando usar o espaço que o PL conquistou em Santa Catarina para impor condições a grandes legendas que também entendem que podem vencê-lo na sua reeleição.

Depois das últimas movimentações, o governador não conquistou o coração dos emedebistas e também não conseguiu rachar o PSD aqui no Estado. Então, o cenário permanece o mesmo e tanto PSD quanto o PT, que hoje seriam seus maiores adversários na eleição, continuam só observando para ver onde tudo isso vai dar.

Mesmo que Kassab considerasse ser uma boa a aliança com o governador de Santa Catarina, dificilmente políticos como Clésio Salvaro, Orvino de Ávila, Juliana Pavan e Leonel Pavan o acompanhariam no palanque de Jorginho Mello.

Então o PL tem que se cuidar, pois Júlio Garcia já deu mostras que sabe lidar com o MDB e João Rodrigues não parece cogitar desistir de uma candidatura que já é muito forte no Oeste e pode começar a criar raízes também no Norte, com o prefeito Adriano Silva (Novo), e no Sul com Salvaro e o próprio Júlio Garcia.

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