Na quarta-feira, 29, o prefeito de Blumenau, Egídio Ferrari (PL), assinou um decreto para reduzir gastos e manter o equilíbrio financeiro do município. Esse decreto estabelece regras para cortar custos e despesas.
Segundo o secretário de Gestão Governamental, Marcelo Althoff, em 2025 a Prefeitura de Blumenau terá um déficit de R$ 372 milhões, sendo que R$ 211 milhões são da Saúde, R$ 54 milhões são da Educação e R$ 107 milhões são das demais Secretarias.
O prefeito Egídio chegou a dizer que “se nada for feito, teremos um cenário muito preocupante. Por isso, determinei que todas as secretarias revisem todos os contratos em atividade e façam as adequações necessárias para diminuir consideravelmente os gastos”.
Disse também que “essa medida é fundamental para garantir a prestação do serviço público e manter as contas do governo em dia”. Segundo o prefeito, a Prefeitura vai reduzir gastos e qualificar a arrecadação, buscando negociar as dívidas com os credores.
Entre as medidas anunciadas por Egídio Ferrari estão a renegociação de contratos, vai reduzir os aditivos, vai reavaliar as licitações em curso, vai revisar o gasto com pessoal, vai reavaliar os aluguéis, vai aumentar as fontes de renda e vai rever os gastos com material de expediente e gastos com o uso de veículos oficiais.
Diante do que foi divulgado pela própria Prefeitura de Blumenau, cabe a nós entendermos que a administração de Mário Hildebrandt deixou uma previsão orçamentária menor do que a previsão de gastos para o ano de 2025.
RESPOSTA DE MÁRIO HILDEBRANDT
No vídeo que postou na sua rede social sobre o primeiro dia de trabalho na Defesa Civil do Estado, uma seguidora do ex-prefeito Mário Hildebrandt (PL) fez a seguinte pergunta: “e o rombo que o senhor deixou na sua gestão como prefeito”.
Mário respondeu que “é importante esclarecer que não deixei déficit nenhum. Muito pelo contrário! Deixei todas as minhas contas pagas e um salto orçamentário de cerca de R$ 30 milhões, mesmo com uma previsão de déficit orçamentário de mais de R$ 250 milhões para 2024, que eu com a minha equipe resolvi. Fizemos gestão!”.
O ex-prefeito disse também que “o déficit divulgado pela equipe do Prefeito Egídio trata-se do ano de 2025 e não da época em que eu estava Prefeito. Em entrevistas, a própria equipe do atual governo explica que não há relação com o meu mandato. Podes ler a matéria divulgada pelo jornalista Pedro Machado, que vou compartilhar no story do meu Instagram! Tenho certeza que a equipe do Prefeito Egídio é tão competente quanto a minha foi e conseguirá gerir do mesmo jeito que eu fiz”.
Ele termina a resposta informando que “o decreto que ele anunciou eu também fiz, sem reclamar do problema e buscando solução pra ele. Mas como eu disse, tenho certeza que o Prefeito e a equipe são bastante competentes e encontrarão uma solução para esse desafio. Espero ter explicado! Um abraço”.
FALA DE MARCELO ALTHOFF

O ex-prefeito Mário se referiu a matéria publicada pelo jornalista Pedro Machado, do NSC Total. Lá, o jornalista confirma que esse tipo de3 decreto já vem sendo adotado deste a administração de Napoleão Bernardes (ex-PSDB), o que nos faz entender que esses gastos maiores que a receita nunca foram atacados de verdade.
Mas na mesma matéria, o atual secretário de Gestão Governamental, Marcelo Althoff, que também foi secretário municipal de Mário Hildebrandt, também informou que a Prefeitura de Blumenau investe mais do que a obrigação legal em áreas como Saúde e Educação.
Segundo ele, por lei, a Educação exige um mínimo de 15% da receita, mas a pasta demandou em 2025 cerca de 35% da receita total do município. Para 2024, a estimativa de receita da Educação será de 20,5%.
Já para a Educação, o percentual mínimo por lei é de 25% da receita e é o que está previsto para o ano de 2025. Mas em 2024 essa pasta disse precisar de 29% para pagar todos os seus compromissos.
Segundo Althoff “a prefeitura vem colocando cada vez mais dinheiro, acima dos valores mínimos exigidos, para manter unidades de saúde e educação. Não tem relação com a gestão de quem nos antecedeu”.
A projeção de arrecadação do município para 2025 é de R$ 4,1 bilhões, sendo que R$ 1,3 bilhão estão vinculados à administração direta e R$ 1,1 bilhão estão comprometidos com despesas obrigatórias e carimbadas, como atividades de manutenção dos serviços públicos e pagamento de salários de servidores, o que faz sobrar pouco para as demais despesas.
JUNTANDO TUDO
Enfim, depois de ouvir todas as partes, percebe-se que, se o prefeito Egídio Ferrari vai rever os contratos vigentes e principalmente vai renegociar os aditivos, nos cabe entender que as denúncias feitas pelo ex-vereador Emmanuel Tuca dos Santos (Novo), que fez um relatório mostrando justamente esse tipo de gasto acima do previsto, deva ser verdadeiro.
Vimos também que o próprio Marcelo Althoff afirmou que a Prefeitura de Blumenau coloca cada vez mais dinheiro para manter unidades de Saúde e Educação. Se em um mês Egídio Ferrari já descobriu isso, como Mário Hildebrandt não viu e se viu, porque não atacou o problema, já que ficou seis anos como prefeito.
De concreto, sabemos que Mário parcelou muitas obrigações com o ISSBLU; pagou muitos aditivos em obras; assumiu espaços como o da Associação da Artex, que aumentam os custos mensais da Prefeitura; não fez a manutenção dos 8 Diques que o governador Jorginho Mello disse que estavam abandonados há anos e manteve o mesmo número de comissionados.
Então, cabe agora a população decidir quem realmente tem culpa nesse problema, pois o déficit existe e esperamos que Egídio Ferrari, pelo menos, o diminua para que o pagador de impostos não seja punido por um erro que não cometeu.
Adicionar comentário