O recém reeleito presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Beto Simonetti, disse no último sábado, 22, no programa CNN Entrevistas que a advocacia está “refratária a aceitar que a política invada os muros” da entidade”.
Segundo ele, “já há compreensão de muitos políticos de esquerda ou direita, e eu converso com absolutamente todos aqueles que me permitem conversar, eles já compreenderam que a Ordem não será cooptada por um lado ou por outro”.
Simonetti não quer de jeito nenhum que não só a OAB, mas também a advocacia brasileira, não paute seus trabalhos pela política partidária. “A advocacia já compreendeu, e isso é um fato que nós podemos tirar das últimas eleições, que é nociva para a advocacia esse flerte com a política”.
As eleições recentes das seccionais da OAB pelo Brasil que aconteceram em 2024 tiveram candidaturas apoiadas por políticos, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que chegou a pedir que advogados não votassem em candidatos da esquerda.
Quando ainda era presidente da República, Bolsonaro teve embates públicos com o então presidente do Conselho Federal da OAB, Felipe Santa Cruz, cujo pai foi morto durante a ditadura militar.
Simonetti reconhece que “a exemplo da sociedade, a Ordem também recebe o reflexo da política brasileira. Mas eu posso lhe garantir, lhe dizer que em inúmeras seccionais onde políticos importantes se colocaram ao lado de candidatos, para promover suas campanhas, essas campanhas foram derrotadas, porque a advocacia está refratária a aceitar que a política invada os muros da OAB”.
O presidente nacional da OAB diz ter assumido o compromisso de manter a entidade distante das discussões ideológicas de bandeiras, mas respeitando a todas. “Isso tem feito para que nós pudéssemos empregar toda nossa energia nas causas corporativas”, comentou.
Em janeiro deste ano Beto Simonetti foi conduzido ao cargo de presidente da OAB Nacional com apoio unânime dos 81 conselheiros federais.
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