Parece que o MDB de Santa Catarina não aprendeu nada com o apoio que deu para o ex-governador Carlos Moisés da Silva (Republicanos) na eleição de 2022.
Naquela ocasião, o então presidente estadual Celso Maldaner trabalhou forte para que Udo Döhler fosse o vice de Moisés na sua reeleição, preterindo a candidatura própria de Antídio Lunelli.
Agora o filme parece se repetir, com o presidente estadual do partido, deputado federal Carlos Chiodini, confirmando o MDB no governo do Estado e também o apoio da reeleição de Jorginho Mello.
É tudo tão parecido que agora o próprio Antídio Lunelli foi favorável a parceria porque quer ser o candidato a vice do atual governador em 2026. Ele já tem o deputado Chiodino como um concorrente interno.
Com isso, a militância emedebista mais uma vez não recebe bem a informação de ter que apoiar o atual governador em troca de cargos para um grupo seleto.
Eduardo Pinho Moreira, que já foi governador de Santa Catarina, foi perguntado do que achava dessa movimentação do MDB.
Se mostrando contrariado, ele disse que o MDB acaba isolado sem considerar os anseios coletivos para privilegiar o interesse pessoal. Ele fala também que a direção do partido abre mão de qualquer projeto emedebista para a eleição do ano que vem, enfraquecendo a identidade partidária para o futuro.
“Não vamos aceitar a aproximação com Jorginho. O MDB está abrindo mão de um projeto conjunto e está sendo direcionado por decisões de interesses próprios e não partidários. Isso é o pior, pois há uma sinalização clara de que não estão pensando no futuro do partido”, dispara Moreira.
A ALA CONTRÁRIA
Os deputados federais Valdir Cobalchini e Rafael Pezenti e os deputados estaduais Mauro de Nadal e Tiago Zilli votaram contra a entrada do MDB no governo de Jorginho Mello. Cobalchini chegou a dizer que esse não era o momento de declarar apoio à reeleição do atual governador.
O MDB se dividiu entre aqueles que acreditam que essa aproximação trará boas oportunidades de ocupação de espaço e de emedebistas que acreditam que a aliança com Jorginho barra qualquer possibilidade de analisar outros caminhos para 2026 e de apoiar uma liderança nacional do partido para a eleição presidencial.
Os ataques constantes da ala bolsonarista do PL catarinense também começa a incomodar os filiados do partido, prefeitos, vice-prefeitos e vereadores. Com esse embate, uma ala que deseja apoiar o prefeito João Rodrigues, o maior adversário de Jorginho Mello, começa a crescer.
JORGINHO TENTA MAURO DE NADAL
Sabendo que o ex-presidente da Alesc é contra a entrada do MDB no Governo do Estado e que já mantem um acordo de cooperação com o deputado estadual Júlio Garcia (PSD), o governador Jorginho Mello alicia justamente Mauro de Nadal para que ele troque de lado.
Jorginho convidou Nadal para ser o seu líder do governo na Assembleia Legislativa com a possibilidade de ele indicar muitos nomes na administração estadual.
Nadal ficou de analisar e disso que mais para frente daria a resposta. No dia 5 de março o MDB entra oficialmente no Governo de Jorginho e nesta data o governador também gostaria de anunciar o emedebista para o lugar de Ivan Naatz na Alesc.
Enfim, a cúpula do MDB está privilegiando a reeleição de alguns em detrimento ao fortalecimento partidário e isso deve gerar mais perda de espaço político nas cidades catarinenses.
Em Florianópolis, por exemplo, o MDB só elegeu vereadores por conta de um trabalho feito por João Cobalchini e em Blumenau o partido sequer consegue eleger vereador justamente por ter preferido apoiar candidatos de outras legendas.
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