O golpe estava aí, caiu quem quis!

Na sessão da Câmara de Vereadores de Blumenau da última quinta-feira, 6, a Prefeitura de Blumenau usou o vereador Almir Vieira (PP) para pedir que a tramitação do projeto de lei complementar 2369/2025, que muda alguns pontos no ISSBLU (Instituto Municipal de Seguridade Social do Servidor de Blumenau) passasse de urgente para urgentíssima.

O combinado do prefeito Egídio Ferrari (PL) com alguns vereadores e com o Sintraseb (Sindicato Único dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Blumenau) era de que o PLC seguisse o trâmite normal de 45 dias.

Mas nessa sessão, a proposta acabou sendo aprovada por dez votos favoráveis e 4 contrários, mudando a forma de escolha do presidente do ISSBLU. Antes, a escolha era feita através de uma eleição direta dentro do Conselho de Administração do Instituto, mas agora, depois da aprovação do PLC, o presidente será indicado pelo Prefeito Municipal.

O problema é que o prefeito Egídio deu a sua palavra para o sindicato que proposta seria discutida dentro dos 45 dias regimentais, mas tudo foi por água abaixo e o Governo “patrolou”, mudando o rumo da conversa. Não sabemos do porquê dessa mudança e temos que aguardar uma resposta oficial do prefeito.

Fato é que o ISSBLU é uma tragédia anunciada onde há muitos responsáveis pelo acúmulo de uma dívida que já ultrapassa a casa dos R$ 270 milhões. Primeiro, os prefeitos que mandato após mandato vem empurrando essa bomba para a próxima administração.

Em segundo, os vereadores de Blumenau que, sendo comandado pelo executivo em troca de sabe-se lá o quê, aprovam os parcelamentos que acabam piorando ainda mais a situação.

Terceiro, o próprio Sintraseb que tem o dever de não permitir que isso ocorra, mas também deixou que a dívida chegasse a esse ponto e por último o Tribunal de Contas, que emitiu um parecer dizendo ser legal os parcelamentos, mas sem fazer qualquer ressalva de que a Prefeitura de Blumenau deveria arcar com as suas obrigações.

Todo mundo sabia que um dia algum prefeito teria que tomar uma decisão mais dura para frear esse escárnio que estava sendo cometido, principalmente, pela administração do ex-prefeito Mário Hildebrandt (PL), que passou seis anos usando da força política dentro legislativo municipal para jogar tudo isso para baixo do tapete enquanto aprovava inúmeros aditivos financeiros para empreiteiras tocarem obras que nunca terminaram.

É a tal situação do cobertor curto, onde se descobre um lado para poder cobrir o outro. Na administração municipal não tem mágica, mas Blumenau, a cada ano que passa, melhora a arrecadação, mas ainda assim falta dinheiro para todos os compromissos.

E nessa conta coloca-se a administração municipal, que ao longo dos anos parece gastar mais e mal, e também a Câmara de Vereadores, que a cada legislatura aprova benefícios que nem mesmo um trabalhador CLT tem.

Será que era necessário o aumento de salário dos vereadores em 2024? Será que era mesmo necessário os vereadores se darem plano de saúde e vale alimentação? Será que era mesmo necessário os vereadores aprovarem no ano passado mais um assessor com salário de R$ 7 mil para cada parlamentar? Será que é necessário a atual legislatura da Câmara aprovar mais cargos, aumentando o gasto anual com salários em quase R$ 1 milhão?

Enfim, a maioria dos eleitores de Blumenau disse que sim e reelegeu no primeiro turno o sucessor do ex-prefeito Mário Hildebrandt e reelegeu também 11 dos 15 vereadores que estavam na legislatura passada.

Então ninguém pode dizer que foi enganado e que não sabia o que podia e ainda pode acontecer na administração pública de Blumenau. Como já disse o deputado estadual Ivan Naatz (PL), “o golpe tá aí, cai quem quer!”.

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