Um vídeo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) surgiu nesta semana, onde mostra ele numa reunião com correligionários. No início do vídeo, ele fala sobre o lançamento da pré-candidatura do prefeito João Rodrigues (PSD), de Chapecó, dizendo que “eu queria ir, mas não vou porque é aniversário da minha esposa. Dei um de João sem braço”.
Em seguida, ele faz um comentário sobre as duas vagas para o senado que serão lançadas na coligação do partido em 2026 em Santa Catarina. Bolsonaro diz que “eu ainda tenho a esperança no João Rodrigues para o Senado, porque aí a gente lançaria só uma das duas nossa lá e o Jorginho teria uma reeleição tranquila”.
Esse é o mesmo pensamento do governador Jorginho Mello, que já afirmou que pretende dar apenas uma das vagas do Senado para o PL catarinense. Sabe-se que a primeira opção, tanto de Bolsonaro quanto de Jorginho Mello, é o prefeito João Rodrigues, mas nenhum dos dois ainda bateu o martelo sobre esse assunto justamente porque o prefeito de Chapecó quer a vaga de governador.
No dia 25 de fevereiro deste ano Jair Bolsonaro até disse, numa entrevista ao Portal Léo Dias, que as deputadas federais Caroline de Toni e Júlia Zanatta seriam bons nomes para ocupar essas vagas em Santa Catarina, mas não cravou que o PL ficaria com as duas candidaturas.
No dia seguinte a entrevista, o governador Jorginho Mello disse “Aqui tem governador e vai ter composição. Nós não iremos indicar as duas vagas para o Senado”.
Diante desse impasse, a ala bolsonarista do PL catarinense fez manifestações públicas dizendo que Jorginho não poderia contrariar Jair Bolsonaro, pois seria ele quem definiria quem serão os nomes para compor essas vagas e que elas deveriam ser dadas ao PL e não a um defunto que foi ressuscitado por Jorginho Mello, fazendo menção ao MDB, que entrou no seu governo.
Mas o último vídeo do ex-presidente Bolsonaro mostra que ele pode ter adotado a estratégia de jogo duplo, onde diz para a ala bolsonarista catarinense o que ela quer ouvir e ao mesmo tempo encaminha o assunto junto com o governador Jorginho Mello.
JORGINHO E JOÃO SÃO AS PRIORIDADES
Fato é que Jorginho Mello e João Rodrigues são, neste momento, as duas maiores estrelas da eleição para o Governo do Estado de 2026 e muito provavelmente, se tudo continuar como está, serão os dois nomes que vão rivalizar para ver quem fica com o cargo.
Talvez a primeira briga deles seja para ver quem fica com o apoio de Jair Bolsonaro e é por isso que o ex-presidente não pode desprezar nenhum dos dois, pois se dividir a direita em Santa Catarina, pode entregar de mão beijada não só o Governo do Estado, mas também alguma vaga do Senado para a esquerda de Lula e Décio Lima.
Vamos lembrar que, depois de quase um ano esquecido numa gaveta, o caso da cassação do senador catarinense Jorge Seif (PL) está prestes a entrar na pauta do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e, dependendo de como ficar a situação de Bolsonaro no processo do 8 de janeiro, Seif pode também ser atingido por tabela, já que é um dos políticos mais próximos de Bolsonaro, que vê no Senado uma arma para atingir os ministros do Supremo Tribunal Federal.
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