Empregados da Celesc afirmam que o Governo do Estado quer privatizar a empresa

Empregados da Celesc estiveram na manhã de quarta-feira, 9, no plenário da Assembleia Legislativa para criticar a terceirização de mão de obra na companhia e afirmaram que há precarização das condições de trabalho com a intenção do Governo do Estado em privatizar a empresa.

O assunto foi discutido durante audiência pública promovida pela Comissão de Economia da Alesc, com a presença de deputados, diretoria da Celesc e dirigentes do sindicato dos empregados da companhia.

O deputado estadual Fabiano da Luz (PT), que foi quem fez a solicitação da audiência, disse que “temos que manter essa empresa que detém o que é essencial para o ser humano, como energia, que ela seja nosso patrimônio, mantido como algo de todos os catarinenses”.

Mesmo destacando os lucros obtidos pela companhia, os representantes dos empregados criticaram a atual gestão à qual, segundo eles, tem sido responsável pelos problemas apontados.

O líder do governo na Alesc, deputado Ivan Naatz (PL), e o secretário de Estado da Casa Civil, Kennedy Nunes, garantiram que o governo não discute a privatização da Celesc. “Não há no governo e nunca houve qualquer conversa sobre privatização. Essa hipótese está fora de cogitação”, afirmou Naatz.

“O governador Jorginho Melo defende que a Celesc tem que entregar mais, que o lucro seja reinvestido para os clientes, e isso está se confirmando nos investimentos em rede trifásica, por exemplo”, falou Kennedy. O secretário da Casa Civil disse também que “empresas estavam ameaçando sair do estado por causa de problemas com energia, e a Celesc trabalha para que seus resultados sejam aplicados para que mais empresas venham para cá”.

Mas para os representantes dos empregados da Celesc, há uma estratégia para precarizar os serviços prestados pela empresa, que serviria de justificativa para sua privatização. Eles apontaram excesso de funcionários terceirizados, más condições de trabalho e fizeram críticas à atual direção da companhia.

“Somos trabalhadores e estamos sentindo na pele o desmonte da Celesc. Pela primeira vez, o número de terceirizados é superior ao de concursados”, afirmou Mário Jorge Maia, presidente da Intercel. Ele informou que há uma defasagem de 487 empregados, sucateamento de frota e falta de diálogo com a atual presidência da companhia. “O governador fala em Celesc pública, mas o presidente indicado por ele está na contramão disso”.

O presidente da Celesc, Tarcísio Rosa, reconheceu problemas no atendimento da empresa, alvo de reclamações em todo o estado desde o ano passado, mas afirmou que essas questões serão superadas.

“A Celesc, pública ou não, precisa ter lucro. E parte desse lucro volta para investimentos na própria empresa, para o Estado, para os sócios e também para os trabalhadores, que terão direito a até R$ 54 milhões referentes ao lucro do ano passado”, disse Tarcísio.

O presidente da Celesc afirmou também que a diretoria recentemente autorizou a contratação de mais 63 empregados próprios.

O deputado Matheus Cadorin (Novo) ressaltou os indicadores positivos da companhia, como a segunda menor tarifa de energia do país e o melhor tempo médio de atendimento emergencial.

Já os deputados Vicente Caropreso (PSDB), Marquito (Psol) e Padre Pedro Baldissera (PT) defenderam a manutenção da Celesc como empresa pública catarinense. “Foi a Celesc que teve um papel importante no reestabelecimento da eletricidade no Rio Grande do Sul, após as chuvas no ano passado, enquanto a empresa que comprou o sistema elétrico gaúcho não deu conta”, disse Caropreso.

Para Marquito, há um processo de sucateamento da Celesc e criticou as terceirizações feitas na companhia nos dois últimos anos. “O número de concursados vem diminuindo. É um caminho para diminuir a qualidade do serviço e justificar a privatização”, finalizou.

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