O secretário de Gestão Governamental da Prefeitura de Blumenau, Marcelo Althoff, esteve na Câmara de Vereadores, a pedido do vereador Adriano Pereira (PT), para explicar o déficit de R$ 372 milhões divulgado pelo prefeito Egídio Ferrari (PL) em janeiro deste ano.
De acordo com a fala do secretário, este déficit nada tem a ver com qualquer tipo de dívida que qualquer governo tenha deixado para atual administração.
Segundo ele, os R$ 372 milhões é fruto de um descompasso entre a receita estimada da Prefeitura de Blumenau no ano passado com o que as secretarias municipais gostariam de gastar em 2025, conforme a lei orçamentária.
Marcelo completou dizendo que “dentre aquilo que as secretarias pediram versos aquilo que a receita comporta, houve esse descompasso de R$ 372 milhões”.
O déficit ou descompasso financeiro se resume a diferença da secretaria de Saúde (R$ 211 milhões), de Educação (R$ 54 milhões) e demais secretarias (R$ 107 milhões), que se chega nos R$ 372 milhões.
O secretário informou que Blumenau tem hoje um orçamento consolidade de R$ 4,1 bilhões, incluindo administração direta, Furb, ISSBLU, Samae e Proeb (Vila Germânica). Só a Prefeitura de Blumenau tem um orçamento anual de R$ 1,3 bilhão, onde 85% desse valor já estaria comprometido com compromissos obrigatórios, como folha de pagamento, encargos, dívida pública e percentual constitucional de saúde e educação, chegando no valor de R$ 1,1 bilhão, restando apenas R$ 200 milhões para todo o resto.
Althoff confidenciou que o ritmo do crescimento da receita não acompanha o ritmo do crescimento das despesas e que todas as obras que o município toca hoje são feitas através de operação de crédito, ou seja, através de empréstimos que, segundo ele, vai impactar lá na frente na dívida pública da cidade.
Ele disse que a atual administração está terminando de montar a Reforma Administrativa para que seja enviada para a aprovação da Câmara de Vereadores e que ela deva conter a diminuição de secretarias, conforme promessa de Egídio na campanha de 2024.
Sobre a compra do prédio da Unimed, na rua das Missões, grande parte virá de um novo empréstimo já feito em 2024 e o restante será coberto pelo fundo da Secretaria de Meio ambiente e Sustentabilidade. O prédio vai abrigar não só o Meio ambiente, mas também a Secretaria de Trânsito e Transportes.
Fato é que a Prefeitura de Blumenau vai paralisar o início de muitas obras que, neste momento, ainda não saíram do papel e que precisam ser replanejadas para que não se tenha, como aconteceu no governo de Mário Hildebrandt, que incluir inúmeros aditivos para que sejam entregues para a população.
COMISSIONADOS
Vamos lembrar que, indiretamente, os vereadores também contribuem para o gasto do executivo municipal, pois é um fato que o prefeito Mário usou os cargos comissionados para manter os votos de muitos vereadores na legislatura passada.
Fazendo uma conta simples, se cada comissionado custar mensalmente para o município cerca de R$ 10 mil, teremos um gasto anual de R$ 130 mil, já contando com o 13º salário.
Se cada vereador ganhar 7 cargos comissionados, cada vereador “custou” para a Prefeitura o valor de R$ 910 mil por ano.
Sabendo que Mário Hildebrandt sempre teve 11 votos na Câmara, então o valor anual de todos esses cargos comissionados custou para o blumenauense o montante de pouco mais de R$ 10 milhões anuais só para agradar muitos aliados. Se multiplicar pelos 4 anos da administração, esse valor beira os R$ 50 milhões só com pagamento de salário de cabos eleitorais.
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