Na semana passada os vereadores de Blumenau do partido Novo protocolaram na Câmara de Vereadores a proposta de criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o contrato que a Prefeitura tem com a BRK Ambiental.
Esse contrato iniciou em 2010, na gestão do prefeito João Paulo Kleinubing, e previa a universalização do sistema de esgoto na cidade, mas ao longo dos anos este mesmo contrato teve 5 aditivos e o não cumprimento das metas impostas no início da parceria, ficando apenas com 49% da rede implantada.
O último aditivo não só estendeu o contrato até 2065, mas também prevê que a BRK pode ter apenas 60% de cobertura por rede coletora e os outros 40% podem ser feitos através de sistemas alternativos, como fossas e filtros.
Obviamente que os primeiros a assinar a criação da CPI foram os vereadores Diego Nasato (Novo) e Bruno Win (Novo) e logo depois também receberam o apoio dos vereadores Gilson de Souza (UB) e Adriano Pereira (PT).
Mas para a sua criação, a CPI precisa de uma quinta assinatura e nenhum dos demais 11 vereadores de Blumenau tomou essa atitude até o fim do dia da terça-feira, 13.
A sessão de ontem na Câmara Municipal teve a presença de Dênio Scotini, que é o chefe de gabinete do prefeito Egídio Ferrari (PL). Oficialmente, não se sabe por que ele foi até lá justamente no dia em que algum vereador poderia anunciar a assinatura no documento.
Mas Dênio viu que nenhum outro vereador quis respaldar essa investigação e tudo parece que nada vai acontecer mesmo. Fato curioso destes 15 anos de BRK em Blumenau é que a ex-esposa de Dênio Scotini já trabalhou na empresa aqui na cidade, mas obviamente que isso não tem importância alguma nessa CPI.
Até já era esperado que os vereadores da base do governo não o fizessem isso agora, mas a decepção do momento é o vereador do PT, Jean Volpato, que não acompanhou o companheiro de bancada e pediu um prazo para que seu advogado analisasse a proposta de CPI.
Se Volpato vai assinar ou não ninguém sabe, mas é fato que o executivo municipal já trabalha nos bastidores para barrar a CPI, pois hoje já tem muito vereador que tem cargos na Prefeitura e não querem perder esses espaços.
Volpato é um dos vereadores que mais criticou a atual administração, mas pode usar essa CPI para dar o troco em Diego Nasato, que não assinou a CPI da Merenda Escolar, proposta por Jean Volpato, com a justificativa de não querer dar palanque para os petistas.
Outro ponto a ser considerado é que o presidente da Câmara, Ito de Souza (PL), não deve se afastar do cargo, pois senão quem assume o cargo é o vice-presidente Diego Nasato, que foi quem propôs a CPI.
Enquanto isso, a população paga por um serviço que, só em 2025, teve um aumento de 15,92% e que já deveria ter 100% de rede coletora, mas muitos na cidade só terão o recolhimento do esgoto através dos meios alternativos.
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