A prévia da CPI do Esgoto mostra que provavelmente nada de novo vai acontecer com o contrato da BRK

A Câmara de Vereadores de Blumenau realizou na tarde de quinta-feira, 22, uma audiência com representantes do Samae, Agir e BRK para ver se algo de novo seria dito pelos responsáveis do contrato com a empresa que detém o serviço até 2064.

Foi uma reunião que tinha na plateia muitos assessores de vereador, funcionários do Samae e alguns colegas de imprensa, mas o maior interessado, que é o pagador de impostos, não pode ir por conta do horário.

Mas também não perdeu nada, pois poucas novidades surgiram na sessão da Câmara de Blumenau. Nem mesmos os vereadores pareciam muito empolgados, mas pelo menos ficaram nos seus lugares a maior parte do tempo.

Um fato curioso é que o representante da Agir (Agência Intermunicipal de Regulação do Médio Vale do Itajaí), André Goetzinger, é um funcionário concursado do Samae. Ele foi representando o diretor-geral, Paulo Costa, que não estava presente.

André disse que que o contrato da BRK com a cidade de Blumenau começou a ser revisado apenas em 2019 e levou em consideração fatores como a pandemia da Covid-19, dificuldades operacionais e alteração das leis ambientais.

A pergunta que fica é porque não houve um ajuste antes desse período se o desequilíbrio financeiro já vinha desde 2010, quando a Prefeitura de Blumenau não entregou os quase 22% de rede coletora, como previa o contrato?

Pois bem, soube-se na tarde de quinta-feira que, mesmo depois de 5 aditivos, o Samae ainda terá que entregar para a BRK cerca de 200 km de rede coletora justamente para cumprir essa exigência do contrato.

O problema é que, mesmo depois de receber esses quase 200 km de rede sem custo algum, não será obrigada em tratar o esgoto de Blumenau até 2025. Então esse contrato exige muito do município, mas é maleável com a empresa que em 2025 recebeu um reajuste de 15,92%, vai ter que cumprir apenas 60% de rede coletora, fazendo os outros 40% através de meios alternativos, e viu o contrato ser prorrogado por mais 39 anos.

Informaram também que esse quinto aditivo que foi pactuado em 2025 não teve, segundo André Domingos, a participação da equipe técnica, sendo assinado apenas pelo diretor-geral da Agir, Paulo Costa.

Nem o representante da Agir, nem o diretor da BRK (Cleber Renato da Silva) e nem o diretor-presidente do Samae (Alexandre de Vargas) apresentaram qualquer dado técnico que pudesse explicar com mais lucidez o que vem ocorrendo com o contrato do Esgoto de Blumenau.

Enfim, conclui-se que o que foi malfeito lá em 2010 pela administração de João Paulo Kleinubing, terá que ser pago pelo morador de Blumenau até 2064, isso se não houver mais prorrogações de contrato.

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