Luciano Hang, o dono das lojas Havan, fez uma live na noite de quarta-feira, 28, com a prefeita Juliana Pavan (Balneário Camboriú), com o prefeito João Rodrigues (Chapecó) e com o ex-deputado estadual e secretário de Assistência social de Florianópolis, Bruno Souza, para debater sobre os moradores de rua.
O empresário mostrou a sua preocupação com o aumento considerável dessas pessoas nas ruas das cidades de Santa Catarina. Segundo ele, só em 2024 o número de moradores de rua cresceu 25% e foi multiplicado em 14 vezes nos últimos 11 anos.
Para Hang “o Brasil pode se tornar uma grande cracolândia”. Ele não entende como cidades que tem tantos empregos tenham também tantas pessoas morando nas ruas sem quererem mudar a sua condição.
João Rodrigues (PSD) disse que atacou esse problema com a internação involuntária de dependentes químicos e qualificação e reinserção no mercado de trabalho. Segundo o prefeito de Chapecó “tínhamos cerca de 400 pessoas, hoje quase não temos mais. Alguns chegavam a arrecadar até R$ 5 mil com esmolas para sustentar o vício. Foi necessário ter coragem para enfrentar isso”.
Hang comentou sobre um morador de rua que roubou uma cancela na sua loja de São José, na Grande Florianópolis, e anunciou uma recompensa de R$ 10 mil para quem der informações que leve ao responsável.
A prefeita Juliana Pavan (PSD) falou que, quando assumiu a administração de BC, “eu deixei claro; na rua, não”. Informou que nessa quinta-feira, 29, vai lançar um programa social permanente. “Aqui temos pequenos furtos de fiação elétrica para manter o vício, mas se isso está aumentando é porque tem receptadores. Então estamos intensificando a fiscalização em ferros-velhos e tudo o mais”, acrescentou.
O secretário Bruno Souza (PL) disse que “quando eu comecei, eu tinha uma visão mais romântica do caso. Eu distribuía comida e tudo o mais, mas agora tenho uma visão diferente e mais social. Hoje eu tento conscientizar as pessoas a não dar esmola, pois isso fortalece o aumento das pessoas em situação de rua”.
Bruno contou a abordagem que fez na manhã de quarta-feira. “Abordei um sujeito no semáforo, um jovem de 29 anos, vindo do Rio de Janeiro, sem nenhum problema aparente, com uma plaquinha aceitando Pix. Quando o abordo, o cara disse: Pô, CLT é foda, porque aí eu perco o Bolsa Família. Ele tá há um mês na rua, ganhando dinheiro, faz R$ 150 por dia e ainda recebe o Bolsa Família”.
O secretário de Florianópolis destacou que o Brasil sempre teve pobres e miseráveis, mas hoje a população de rua cresce 20% a cada ano.
O PROBLEMA É DE TODOS
A live mostrou que todos entendem que esse problema precisa ser atacado e que uma das causas é o assistencialismo governamental. Mas a população também tem uma boa parcela de culpa
As Prefeituras hoje já estão enxugando gelo, pois quando um morador de rua tem garantido R$ 600 do Bolsa Família e ainda recebe um bom dinheiro pedindo esmola, não há como demover essas pessoas a aceitarem um trabalho e buscarem ajuda para deixar as drogas.
Sem contar as pessoas que já tem mandado de prisão expedido e encontram refúgio nos estabelecimentos que receptam o produto de furto para continuarem roubando fiação elétrica e depredando comércios nas cidades.
Então o problema não é só do prefeito, do governador, das assistências sociais, mas de toda a sociedade que muitas vezes finge ajudar o morador de rua, mas na verdade está colocando-os cada vez mais longe da cura do vício e do início de uma vida melhor.
Veja o vídeo do secretário de Florianópolis, Bruno Souza (PL):
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