O principal assunto político da semana passada foi o anúncio do relatório feito pelo Tribunal de Contas do Estado sobre o Universidade Gratuita e o Fundo Estadual de Apoio à Manutenção e o Desenvolvimento da Educação Superior Catarinense (Fumdesc).
O assunto caiu como uma bomba no gabinete do governador Jorginho Mello (PL) que chegou a postar um vídeo na sua rede social dizendo que determinou que a Polícia Civil investigue “possíveis fraudes de alguns poucos alunos no programa Universidade Gratuita”.
O problema é que o relatório do TCE/SC mostrou que não foram poucos alunos, mas sim 18.383 dos 34.254 alunos inscritos nos dois programas de educação superior do Governo do Estado de Santa Catarina, ou seja, quase 43% de todos os alunos que receberam bolsa de estudo total ou parcial nos programas.
São 4.430 alunos com renda incompatível; 15.281 alunos com divergências em relação ao patrimônio declarado; 1.699 casos de vínculos empregatícios não comprovados e 335 casos de pessoas que não são naturais de Santa Catarina ou que não moram no Estado. Tem até 18 alunos beneficiados com bolsa que usaram documentos de parentes que já tem registro de óbito.
Mas para piorar todo esse cenário, o deputado estadual Marcos Vieira (PSDB) deu uma entrevista na sexta-feira, 13, para a Rádio Condá FM, de Chapecó, e disse que “não houve um controle efetivo do governo” e que existe uma empresa fazendo cadastro de estudantes pra obter o Universidade Gratuita.
“Você pega um jovem de idade de 18 pra 20 anos e quer fazer medicina, mas a família é abastada e a família tem dinheiro inclusive pra pagar o particular. Sabe o que essa empresa faz? Ela produz um cadastro”, disse Marcos Vieira.
De acordo com o deputado, a empresa muda até o estado civil dos pais do aluno para que a renda apresentada no pedido de bolsa seja diminuída e ele receba o benefício.
“O Governo do Estado tem que mandar periodicamente os relatórios do Universidade Gratuita para a Assembleia Legislativa, para a Comissão de Finanças e Tributação e Comissão de Educação. Até hoje não mandou nenhum relatório”. Confidenciou o deputado catarinense.
Marcos Vieira informou que vai ler o relatório do Tribunal de Contas e já nesta semana vai conversar com o presidente do TCE/SC, conselheiro Herneus de Nadal, e também com o presidente da Assembleia, deputado Júlio Garcia (PSD), para “resolver essa situação de uma vez por todas”.
“Essa bomba já caiu no colo da Assembleia Legislativa, isso é fato. Como tem caído no colo da Assembleia Legislativa muitas situações. Eu vou continuar trabalhando para acertar”, comentou Marcos Vieira.
O deputado que também é o presidente estadual do PSDB catarinense, já afirmou que pretende ser o candidato a governador do seu partido, mas com a desistência da fusão com o Podemos, os tucanos não teriam força para sustentar uma chapa sozinhos.
Veja parte da entrevista de Marcos Vieira (PSDB) para a Rádio Condá FM:
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