A viagem à Ásia do governador Jorginho Mello (PL), em missão internacional, desencadeou uma reviravolta no comando do Legislativo catarinense. Durante 13 dias, a presidência da Assembleia Legislativa de Santa Catarina estará nas mãos do deputado estadual Padre Pedro Baldissera (PT), segundo vice-presidente da Casa.
A posse temporária se dá após licenças simultâneas do presidente Júlio Garcia (PSD) e do primeiro vice, Fernando Krelling (MDB), ambos afastados (o primeiro por motivos particulares e o segundo por fazer parte da comitiva do governador).
O resultado das ausências colocou o comando da Alesc no colo de um parlamentar do PT, justamente em um estado considerado um dos principais redutos bolsonaristas do país.
Padre Pedro prometeu equilíbrio e atuação institucional, sem disputas ideológicas. Mas o episódio expõe as fragilidades da articulação política da base governista, que, mesmo majoritária, permitiu que a presidência do Legislativo passasse às mãos da oposição em plena agenda internacional do chefe do Executivo.
Cumprindo agenda no último fim de semana no Norte catarinense, Padre Pedro disse que não haverá surpresa em sua interinidade na presidência da Alesc. “Com certeza darei continuidade àquilo que já está marcado na gestão do deputado Júlio Garcia: transparência e diálogo. Exercer um papel institucional é uma tarefa suprema, que deve ultrapassar nossas escolhas ideológicas. Participar de atos de inauguração de nosso Presidente da República aqui em Santa Catarina, por exemplo, seria obrigação a presença de representantes dos três Poderes. Isto é dar peso à institucionalidade e ao diálogo. O povo catarinense precisa de parcerias e não de intrigas ideológicas”, disse.
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