Desde 2015, quando o ex-governador Luiz Henrique da Silveira faleceu, o MDB de Santa Catarina não encontrou mais ninguém que conseguisse unir o partido em torno de um projeto único.
Há duas eleições estaduais que o partido tem se transformado numa grande colcha de retalhos, onde os principais caciques do Massa Bruta têm dado prioridade a seus anseios políticos do que tentar construir um projeto viável para que o MDB pudesse voltar a vencer eleições.
Em 2018, com Mauro Mariani, sequer conseguiu ir para o segundo turno e em 2022 rachou, onde a executiva estadual apoiou o ex-governador Carlos Moises (Republicanos) e a maioria ficou órfão sem a candidatura própria de Antídio Lunelli.
Agora em 2026, a coisa não mudou muito, pois a maioria dos membros da executiva entregaram o partido para o governador Jorginho Mello (PL) em troca cargos no Governo do Estado e o restante luta entre um projeto próprio e o apoio ao prefeito João Rodrigues (PSD).
Inclusive, o deputado estadual Antídio Lunelli lançou uma nota dizendo que não é pré-candidato a governador, mas a executiva do partido sequer cogitou que isso pudesse ser uma alternativa.
Na verdade, Lunelli quer mesmo ser o vice na chapa de Jorginho ano que vem, mas essa vaga o presidente estadual Carlos Chiodini já abraçou e se colocou como a primeira opção do partido, caso o convite para compor a chapa com o PL realmente aconteça.
Na nota, Antídio relembrou toda a confusão de 2022, onde escreveu que renunciou à Prefeitura de Jaraguá do Sul para ser candidato do partido “acreditando que poderíamos apresentar um projeto sólido, de resultados e alinhado aos anseios da sociedade. No entanto, na reta final, fui preterido por uma aliança com o então governador Carlos Moisés — uma decisão que, como se provou, estava fadada ao fracasso”.
Escreveu também que “fui traído por pessoas que até então considerava próximas” e reconheceu que “todo esse processo foi extremamente desgastante”.
Antídio reconhece que “se o partido estivesse unido em torno de um projeto consistente, eu não hesitaria em novamente colocar meu nome à disposição para uma disputa majoritária. Mas, diante da divisão interna que se mantém, optei por focar na minha reeleição à Assembleia Legislativa e no fortalecimento do MDB”.
Ou seja, expos toda a falta de sintonia que o partido enfrenta mais uma vez as vésperas de uma eleição estadual, onde quem tem mandato, vai priorizar se manter no cargo, e quem pretende ter, terá que lutar sozinho, pois o partido está sem comando.
A única coisa que todos os emedebistas de Santa Catarina concordar é que ninguém quer ver o partido com Lula (PT) em 2026.
Em 2024 o partido já perdeu 24 prefeituras, mantendo 70 delas e tendo somente Jaraguá do Sul, com Jair Franzner, está entre as 10 maiores cidades do Estado.
Em Florianópolis, o MDB tem apenas o vereador João Cobalchini como um nome com força política; em Criciúma, o deputado federal Luiz Fernando Vampiro está sendo escanteado e já conversa com outros partidos; em Blumenau o MDB sequer consegue eleger vereador; em Joinville o partido não tem mais a força de outros anos; em Lages o MDB se esfacelou com os últimos escândalos e em Chapecó, o diretório municipal deve apoiar João Rodrigues.
Então, se não mudar, o MDB de Santa Catarina vai caminhar a passos largos para se juntar ao PP e ao PSDB para também se transformar num partido que apenas vai sobreviver no cenário político local, sem a capacidade de ter um candidato a governador ou a senador com um mínimo de chance de vitória.
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