Para se criar um partido político no Brasil é necessário conseguir assinaturas de 0,5% dos votos válidos dados à Câmara Federal na eleição de 2022, que dá hoje cerca de meio milhão de brasileiros com título em dia e sem filiação partidária.
Mas o Movimento Brasil Livre (MBL) parece ter chegado lá neste mês, quando o movimento alcançou o número mínimo de apoiamento de eleitores para pleitear o registro de seu próprio partido.
O partido, que recebeu o nome de “Missão”, tinha até a última quinta-feira, 10, mais de 500 mil assinaturas de brasileiros com títulos válidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O grupo ainda precisa cumprir algumas etapas burocráticas, mas não só se organiza para já aparecer nas urnas na eleição de 2026, como também já definiu um nome para ser o seu candidato à presidência da República. A mascote do partido é uma onça amarela e seu número deve ser o 14.
O nome escolhido é o do apresentador Danilo Gentili, do SBT. A ideia já havia sido ventilada pelo MBL em 2021, quando o nome do humorista foi testado em pesquisas internas. Naquela ocasião, o MBL decidiu declinar da iniciativa, mas agora pensa em ressuscitada o projeto no ano que vem.
O Movimento Brasil Livre espera agora que a Justiça Eleitoral sacramente a criação do partido para oficializar a criação da “Missão”. Depois de legalizado, o partido passará a ter direito ao Fundo Eleitoral, que dará um certo fôlego político para a futura campanha.
Para se ter uma ideia, o último partido criado no Brasil, o Unidade Popular, que nunca elegeu ninguém, levou na eleição de 2024 pouco mais de R$ 3,4 milhões. Se a Missão tiver um desempenho eleitoral acima da cláusula de barreira, poderá aumentar esse valor e até receber o Fundo Partidário, destinado a financiar os custos administrativos das legendas.
De quebra, o MBL poderá ganhar até o tempo gratuito no rádio e na televisão, algo que talvez seja muito mais valioso para alavancar a comunicação, que é um dos pilares da estratégia política do grupo.
O movimento do MBL surpreendeu porque foi na contramão de tudo que acontece no Brasil hoje. A criação da cláusula de barreira tem obrigado os partidos a decidirem por fusões ou criação de federações para continuarem a ter força política nas eleições.
Mesmo tendo 29 siglas registradas no Brasil, apenas 18 conseguiram eleger parlamentares para ocupar as cadeiras no Congresso Nacional. se for efetivado, a Missão será o 30º partido criado no país, mas diferente dos demais, pode nascer com força suficiente para atrapalhar os planos de muita gente.
O LEMA
O MBL criou a Missão e adotou também o lema “Prendeu, matou”, que para o movimento significa prender ou matar os integrantes de facções criminosas, e não executar depois de presos.
O grupo quer dar ênfase na segurança pública, deixando como lema secundário o liberalismo econômico. Eles se baseiam no programa implantado em El Salvador pelo presidente Nayib Bukele, que conseguiu transformar o país num lugar mais seguro depois de multiplicar a população carcerária, prendendo todas as lideranças de facções criminosas daquele país.
A Missão quer também reorganizar completamente o sistema educacional do Brasil, eliminar todas as favelas em, no máximo, 30 anos e retirar o direito ao voto das pessoas que querem receber as mais diversas bolsas do Governo Federal, evitando que os políticos usem esse tipo de artifício para fazer o assistencialismo. Uma outra proposta da Missão é mudar o sistema de distribuição de financiamento para os partidos políticos.
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