O dilema do partido Novo na eleição nacional de 2026

Segundo o Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar), na eleição de 2022 para a Câmara dos Deputados, 15 partidos não conseguiram atingir a chamada Cláusula de Barreira.

A cláusula de barreira, aprovada pelo Congresso em 2017, prevê um número mínimo de votos que os partidos devem receber nacionalmente na eleição para a Câmara. A sigla que não atingir esses requisitos, perde o direito de usar o horário eleitoral gratuito e recursos do Fundo Partidário.

Esse foi o caso do Partido Novo, que em 2022 elegeu apenas 3 deputados federais, quando, pela regra, deveria ter elegido 11.

Para ter direito ao Fundo Eleitoral e tempo de TV, o partido tem que receber, no mínimo, 2% dos votos válidos no Brasil distribuídos em pelo menos um terço dos Estados da Federação, com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada um deles. Tem que eleger também, pelo menos, 11 deputados federais distribuídos em pelo menos um terço doa Estados do Brasil.

Hoje, o partido Novo tem 5 deputados federais na Câmara e terá que eleger mais para voltar a ter um mínimo de estrutura para as próximas eleições municipais de 2028. Representam o partido em Brasília os deputados Gilson Marques (SC), Marcel Van Hatten (RS), Ricardo Salles (SP), Adriana Ventura (SP) e Luiz Lima (RJ).

Mas aqui em Santa Catarina, o Novo não terá Gilson Marques buscando a reeleição, já que se lançou como pré-candidato a senador. No seu lugar, quem deve assumir essa função é a vice-prefeita de Joinville, Rejane Gambin.

Internamente, o deputado estadual Matheus Cadorin deve buscar a reeleição; o ex-promotor Odair Tramontin também deve disputar uma vaga na Assembleia Legislativa e o atual prefeito de Ascurra, Arão Josino, e o vereador de São José, Cryslan de Moraes, podem também disputar a eleição de 2026 para melhorar a legenda do partido em Santa Catarina.

O cenário eleitoral do Novo não é animador e por isso vai ter que se coligar com uma candidatura forte no cenário nacional e em Santa Catarina terá que se escorar num candidato que lhe dê força política e, principalmente, estrutura eleitoral.

Hoje, o prefeito Adriano Silva (Joinville) está próximo do governador Jorginho Mello, mas o presidente nacional do Novo, Eduardo Ribeiro, não é um entusiasta do trabalho do governador de Santa Catarina.

No fim de 2024, Ribeiro chegou a dizer que “não podemos permitir que um governo eleito com bandeiras da direita e combate à corrupção governe como o PT governou. Isso precisa ser corrigido”. Ele se referia as denúncias dentro do Ciasc, que culminou com o pedido de exoneração do presidente Moisés Diersmann, homem muito próximo de Jorginho.

Em 2024, o Novo foi parceiro do PSD em Joinville e Blumenau e tudo indica que essa união deva seguir em 2026 também no apoio a pré-candidatura do prefeito de Chapecó, João Rodrigues.

Mesmo com poucos políticos de peso no seu quadro, o Novo de Santa Catarina pode ver se filiar no partido a candidata mais desejada do momento para a disputa ao Senado.

Com a briga interna do PL, Caroline de Toni pode ser preterida por Jorginho Mello e se transferir para o Novo para disputar a vaga ao Senado, fazendo dobradinha com Carlos Bolsonaro (PL), que já é o primeiro candidato dos Liberais a essa vaga.

Jorginho Mello quer Esperidião Amin (PP) para a segunda candidatura, mas a ala bolsonarista exige que seja Carol de Toni. Ela já disse que não abre mão dessa disputa e será candidata a senadora em 2026. Resta saber se fica no PL ou se realmente vai para o Novo.

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