Para quem conhece a Serra Dona Francisca sabe que é uma via estreita e com curvas perigosas. E não é de hoje que todos na região sabem também que ali perto passa o rio Seco que desemboca no rio Cubatão que é onde a Companhia Água de Joinville capta água para abastecer 34 bairros da cidade.
Enfim, com todos sabendo dessa informação, até hoje não se tomou uma medida eficaz para que esse tipo de acidente pudesse ser evitado. Na segunda-feira, 29, os rios foram contaminados com ácido sulfônico, um produto para fabricar detergentes e similares.
A empresa que transportava a carga é da região e constantemente seus caminhões, sejam eles próprios ou terceirizados, passam por ali. Assim como essa empresa, muitas outras transportam diariamente cargas perigosas e em algum momento esse tipo de problema ia ocorrer.
Em 2019, o então deputado estadual Kennedy Nunes (PSD) fez um projeto de lei para proibir que caminhões com produtos perigosos pudessem passar pela Serra Dona Francisca.
Na época, representantes das Prefeituras, Câmaras de Vereadores e Associações Empresariais da região se uniram para barrar a proposta com a justificativa de que a lei prejudicaria a economia dos municípios do Planalto Norte.
Além disso, o deputado Matheus Cadorin (Novo) informou que ele e o prefeito Adriano Silva (Novo) desde o início de 2023 vem alertando a Secretaria de Infraestrutura do Estado e mandando indicações para a Defesa Civil de Santa Catarina sobre o perigo iminente de acidente com produtos tóxicos.
A curva onde aconteceu o vazamento, que fica no Km 16 da SC 418, já tem um histórico longo de acidentes e até hoje não se fez nada para evitar, sequer, aqueles com apenas danos nos veículos.
Depois do problema acontecido, os deputados estaduais Fernando Krelling (MDB) e Maurício Peixer (PL) deram entrada na Alesc com mais um projeto de lei para, enfim, proibir a circulação de carga perigosa na Serra Dona Francisca.
Vamos ver agora quem irá se opor e qual o tamanho do barulho que esse projeto irá causar nas administrações dos municípios da região.
Assim como aconteceu com o reservatório da Casan em Florianópolis, onde depois do “acidente” saíram fiscalizando tudo quanto é reservatório por aí, deve acontecer o mesmo em rodovias onde passam os rios que abastecem as cidades.
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