O que aconteceu com a Operação Soldo Inflado de 2020

Estamos chegando perto de mais um período eleitoral em todas as cidades do Brasil e muita coisa será relembrada desde a última eleição municipal, em 2020, quando os candidatos tiveram dificuldade de fazerem suas campanhas por conta da pandemia do Covid-19.

Mas além da pandemia, Blumenau se deparou também com uma investigação da Polícia Civil e do Ministério Público sobre um suposto esquema de pagamento de horas extras e sobreavisos dentro do Samae de Blumenau.

A Operação, conhecida como Soldo Inflado, iniciou em maio de 2020 e logo depois das eleições municipais daquele ano a Polícia fez diligências para averiguar a veracidade dos fatos. O nome que ficou mais evidente naquela Operação foi o do ex-diretor de Operações da autarquia, José Augusto Reinert.

Em 2020, Guto Reinert tinha conseguido se eleger vereador pelo Podemos com 2405 votos, mas não pode assumir a cadeira na Câmara Municipal porque, segundo a Justiça Eleitoral, não tinha deixado o cargo de diretor do Samae no prazo legal. Ele recorreu da decisão, mas não reverteu o parecer do Juiz.

Segundo declaração da direção do Samae na época, que tinha como diretor presidente Michael Schneider, as horas extras e os sobreavisos seriam necessários porque os servidores estariam cumprindo um sistema de escala para evitar aglomerações e para monitorar a situação da falta de chuva registrada naquele ano.

Mas além da Operação Soldo Inflado, o Samae abriu também, em 2020, uma auditoria interna e uma sindicância para averiguar os fatos. Em 2023 a autarquia abriu outra sindicância interna para analisar as conversas interceptadas pela Polícia no celular de Guto durante as investigações.

Na nota que a Polícia Civil divulgou em 2020, foi investigado a hipótese de que “parte dos valores pagos a alguns funcionários eram dados a um ex-diretor para financiar ilegalmente a sua campanha eleitoral”.

Passados pouco mais de três anos da deflagração da Operação Soldo Inflado, viu-se que as denuncias não foram confirmadas pela Promotoria e no dia 7 de novembro de 2023 o processo acabou arquivado na Justiça Catarinense.

Mas mesmo a justiça tendo arquivado o caso e confirmado que as acusações feitas contra Guto Reinert não se confirmaram, ele ainda está afastado das suas funções no Samae de Blumenau por decisão da direção da autarquia.

Guto, por ser funcionário concursado, tenta desde 2021 voltar as suas funções no Samae e diz que todos os prazos de todas as investigações internas abertas, legalmente já se esgotaram, mas ainda não sabe o porquê que a atual administração municipal não o deixa voltar para o trabalho.

Em 2024 ele continua filiado no Podemos e informou que novamente é pré-candidato a vereador nas eleições municipais deste ano, tentando mais uma vez chegar na Câmara de Blumenau.

“O Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) de Blumenau informa que o processo de sindicância foi encerrado porque os fatos indicados inicialmente (da Operação Soldo Inflado) não se confirmaram”.

Sobre Augusto Reinert ainda não ter sido chamado para retornar as suas funções no Samae, a autarquia respondeu que “na gestão anterior da presidência do Samae (que era administrado por Michael Schneider) foi aberto um outro processo administrativo relativo ao servidor José Augusto Reinert. Este processo corre sob sigilo e está em trâmite na comissão processante. Por isso, o servidor está afastado”.

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