Audiências e reuniões viram comícios disfarçados em ano pré-eleitoral

Todos que direta ou indiretamente estão envolvidos com as eleições municipais de 2024 procuram uma forma de se mostrar para futuramente serem lembrados pelo nobre eleitor.

E duas ferramentas bem usuais nesses tempos de regras até certo ponto rígidas, principalmente para os que já tem algum cargo, são as audiências públicas ou as reuniões itinerantes que, segundo a classe política, é para discutir assuntos de interesse das comunidades.

Na verdade, elas são formatadas para fazer com que um pequeno grupo, que tem o poder da decisão, possa também usá-las como uma espécie de comícios reduzidos, onde se ouve a defesa de ideias que até podem ajudar o munícipe, mas na prática tudo acabará num relatório que ficará esquecido em alguma gaveta de uma repartição pública.

A cada semana vimos as casas legislativas e as administrações públicas fazerem esse tipo de reunião para, segundo seus responsáveis, levar o poder público próximo do morador do bairro. Mas o que mais a população precisa é que esses ocupantes de cargo público façam o que todo mundo já sabe.

Não é mais necessário fazer reuniões, encontros, audiências para colocar em prática uma boa gestão da saúde, da educação, da segurança, pois não faz sentido algum discutir a melhoria de qualquer serviço sendo que o sistema é mal gerido justamente por aqueles que propõe esse tipo de artifício.

A capacidade de gestão tem que vir antes da capacidade de saber usar o sistema em benefício próprio. O executor e legislador tem que saber que cada um tem o seu papel dentro da sociedade e deveriam agir de acordo com o cargo que ocupam.

Mas parece que é mais fácil gastar dinheiro público com uma estrutura para um ano antes da eleição fazer reunião no bairro do que efetivamente colocar em prática tudo aquilo que foi prometido na eleição passada.  

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